<MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=15 mm><LF=164 mm><AF=259 mm><FIOH=2 pt><MF=27 mm><PF=40 mm><LF=164 mm>ATA DA QUINTA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 30.12.1997.

 


Aos trinta dias do mês de dezembro do ano de mil novecentos e noventa e sete reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Clovis Ilgenfritz, Cyro Martini, Eliseu Sabino, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, João Carlos Nedel, João Dib, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Nereu D'Ávila, Paulo Brum e Renato Guimarães. Ainda, durante a presente Sessão, compareceram os Vereadores Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Antônio Losada, Carlos Garcia, Décio Schauren, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Motta, Luiz Braz, Maria do Rosário, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sônia Santos e Tereza Franco. Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da Sessão de Instalação, das Primeira, Segunda e Terceira Sessões Extraordinárias e da Ata Declaratória da Primeira Sessão Ordinária, as quais foram aprovadas. Na ocasião, foi aprovado Requerimento da Vereadora Clênia Maranhão, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na Vereança o Suplente João Carlos Maciel, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Educação, Cultura e Esportes. Também, foram apregoadas declarações dos Suplentes Airto Ferronato e Sebastião Melo, informando seus impedimentos de exercer a Vereança, no dia de hoje, em substituição à Vereadora Clênia Maranhão. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Pedro Américo Leal relatou visita feita ao Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre, declarando ter observado carências de recursos materiais e humanos naquele hospital, as quais inviabilizam um melhor atendimento à população. Na ocasião, o Vereador Pedro Américo Leal procedeu à entrega, ao Senhor Presidente, de relatório referente à visita feita ao Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre. Após, constatada a existência de "quorum", foi aprovado Requerimento do Vereador Adeli Sell, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossada na Vereança a Suplente Helena Bonumá, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Economia, Finanças e Orçamento. Também, foi apregoada declaração da Suplente Maristela Maffei, informando seu impedimento de exercer a Vereança, no dia de hoje, em substituição ao Vereador Adeli Sell. A seguir, constatada a existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA. Foi apregoado Requerimento do Vereador Hélio Corbellini, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando a  retirada  de  tramitação  da  Emenda    01 <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm><D>aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 03/97 (Processo nº 2440/97) e foi apregoada a Emenda nº 07, de autoria do Vereador Carlos Garcia, subscrita pelo Vereador Hélio Corbellini, aposta a este Projeto. Também, foi aprovado Requerimento do Vereador Cláudio Sebenelo, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na Vereança o Suplente Gilberto Batista, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Após, o Senhor Presidente deferiu Requerimento do Vereador Luiz Braz, solicitando sejam votados em destaque a expressão "até no máximo 01 (um) ano após o pagamento", do § 1º do artigo 31, com a redação do artigo 3º, bem como a letra "c" do § 1º do artigo 31, constante do artigo 3º, todos referentes ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 03/97. Em Discussão Geral e Votação, foi rejeitado o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 03/97, considerando-se prejudicada a Emenda nº 01 a ele aposta, por quatorze votos SIM, dezoito votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Clovis Ilgenfritz, tendo votado Sim os Vereadores Antônio Losada, Clovis Ilgenfritz, Cyro Martini, Décio Schauren, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Renato Guimarães e Helena Bonumá, votado Não os Vereadores Anamaria Negroni (com Declaração de Voto), Antonio Hohlfeldt, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, Luiz Braz, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sônia Santos, Tereza Franco, Gilberto Batista e João Carlos Maciel e tendo optado pela Abstenção o Vereador Carlos Garcia (com Declaração de Voto).Na ocasião, o Senhor Presidente, face às Questões de Ordem suscitadas pelo Vereador José Valdir, prestou esclarecimentos acerca da matéria a ser apreciada durante a presente Sessão Legislativa Extraordinária, e, respondendo às Questões de Ordem dos Vereadores Nereu D'Ávila e João Dib, prestou informações sobre a tramitação, o número e o teor das Emendas e do Substitutivo apostos ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 03/97. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 03/97, com ressalva das Emendas e dos destaques a ele apostos, por vinte e nove votos SIM, em votação nominal solicitada pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, tendo votado os Vereadores Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Antônio Losada, Carlos Garcia, Clovis Ilgenfritz, Cyro Martini, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João Carlos Nedel, João Dib, João Motta, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sônia Santos, Tereza Franco, Gilberto Batista e Helena Bonumá. O Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 03/97, bem como o Substitutivo e as Emendas a ele apostos foram discutidos pelos  Vereadores  Luiz <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm><D>Braz, Renato Guimarães, João Dib, Antônio Losada, Juarez Pinheiro, Fernando Záchia, Pedro Américo Leal, Isaac Ainhorn, João Motta, João Carlos Nedel, José Valdir, Elói Guimarães, Maria do Rosário, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Gerson Almeida e Anamaria Negroni e encaminhados à votação pelos Vereadores João Dib, Sônia Santos, Antonio Hohlfeldt, João Carlos Maciel, Nereu D'Ávila, Gerson Almeida, Reginaldo Pujol e Hélio Corbellini. Durante a apreciação deste Projeto, os Vereadores Sônia Santos, João Carlos Maciel, Eliseu Sabino, Helena Bonumá e Antonio Hohlfeldt cederam seus tempos de discussão, respectivamente, aos Vereadores João Dib, Fernando Záchia, João Carlos Nedel, Gerson Almeida e Anamaria Negroni. Também, os Vereadores Tereza Franco e Paulo Brum cederam seus tempos de discussão para o Vereador Luiz Braz. Ainda, o Vereador Guilherme Barbosa, através de Questão de Ordem, manifestou-se acerca  do  pronunciamento efetuado pela Vereadora Anamaria Negroni durante a discussão do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 03/97. Na oportunidade, a Vereadora Maria do Rosário formulou Requerimento verbal solicitando cópia dos apanhados taquigráficos do pronunciamento da Vereadora Anamaria Negroni, referente à discussão do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 03/97, o qual foi deferido pelo Senhor Presidente, com a anuência da Oradora. Na ocasião, foi aprovada a prorrogação da presente Sessão, nos termos regimentais, e o Vereador Antonio Hohlfeldt, através de Questão de Ordem, formulou Requerimento verbal, solicitando fosse fornecida cópia da Emenda nº 05 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 03/97. Após, foram efetuadas as votações a seguir especificadas, relativas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 03/97. Em destaque, foram rejeitadas a expressão "até no máximo 01 (um) ano após o pagamento", do § 1º do artigo 31, com a redação do artigo 3º, bem como a letra "c" do § 1º do artigo 31, por dezesseis votos SIM e dezesseis votos NÃO, após serem encaminhadas à votação pelos Vereadores Luiz Braz, Reginaldo Pujol e Juarez Pinheiro, em votação nominal solicitada pelo Vereador Luiz Braz, tendo votado Sim os Vereadores Antônio Losada, Carlos Garcia, Clovis Ilgenfritz, Cyro Martini, Décio Schauren, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Pedro Ruas, Renato Guimarães e Helena Bonumá e votado Não os Vereadores Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Eliseu Sabino, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, Luiz Braz, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sônia Santos, Tereza Franco, Gilberto Batista e João Carlos Maciel. Após, iniciou-se a votação das Emendas apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 03/97. Foi rejeitada a Emenda nº 03, por treze votos SIM e dezesseis votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Clovis Ilgenfritz,  tendo votado Sim os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Eliseu Sabino, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, Luiz Braz, Nereu D'Ávila, Paulo Brum,  Pedro  Américo <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm><D>Leal, Sônia Santos, Tereza Franco e João Carlos Maciel e votado Não os Vereadores Antônio Losada, Carlos Garcia, Clovis Ilgenfritz, Cyro Martini, Décio Schauren, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Pedro Ruas, Renato Guimarães e Helena Bonumá. Foi rejeitada a Emenda nº 04, por quatorze votos SIM, dezesseis votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Clovis Ilgenfritz, tendo votado Sim os Vereadores Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Eliseu Sabino, Fernando Záchia, João Carlos Nedel, João Dib,  Luiz Braz, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Sônia Santos, Tereza Franco, Gilberto Batista e João Carlos Maciel e votado Não os Vereadores Antônio Losada, Carlos Garcia, Clovis Ilgenfritz, Cyro Martini, Décio Schauren, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Pedro Ruas, Renato Guimarães e Helena Bonumá e tendo optado pela Abstenção o Vereador Elói Guimarães. Foi aprovada a Emenda nº 05, por dezessete votos SIM, quatorze votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Clovis Ilgenfritz, tendo votado Sim os Vereadores Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Carlos Garcia, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Fernando Záchia, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sônia Santos, Tereza Franco, Gilberto Batista e João Carlos Maciel e votado Não os Vereadores Antônio Losada, Clovis Ilgenfritz, Cyro Martini, Décio Schauren, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Renato Guimarães e Helena Bonumá e tendo optado pela Abstenção o Vereador João Dib. Foi rejeitada a Emenda nº 06, por doze votos SIM, dezesseis votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Clovis Ilgenfritz, tendo votado Sim os Vereadores Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Eliseu Sabino, Fernando Záchia, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Tereza Franco, Gilberto Batista e João Carlos Maciel, votado Não os Vereadores Antônio Losada, Carlos Garcia, Clovis Ilgenfritz, Cyro Martini, Décio Schauren, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Pedro Ruas,  Renato Guimarães e Helena Bonumá e tendo optado pela Abstenção o Vereador João Dib. Foi aprovada a Emenda nº 07, por vinte e sete votos SIM e três ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada pelo Vereador Clovis Ilgenfritz, tendo votado Sim os Vereadores Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Antônio Losada, Carlos Garcia, Clovis Ilgenfritz, Cyro Martini, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Hélio Corbellini, João Carlos Nedel, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Maria do Rosário, Paulo Brum, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sônia Santos, Tereza Franco, Gilberto  Batista,  Helena <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm><D>Bonumá e João Carlos Maciel e tendo optado pela Abstenção os Vereadores Isaac Ainhorn, João Dib e Pedro Américo Leal. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a distribuição aos Senhores Vereadores de cópias do Relatório Anual, elaborado pelas Diretorias da Casa, referente às atividades da Câmara Municipal de Porto Alegre no corrente ano, e, face à Questão de Ordem suscitada pelo Vereador João Dib, prestou esclarecimentos acerca da prorrogação dos trabalhos da presente Sessão. Após, foi aprovado Requerimento do Vereador Guilherme Barbosa, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na Vereança o Suplente Giovani Gregol, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Economia, Finanças e Orçamento. Na ocasião, foi apregoada declaração da Suplente Sonia Saraí, informando seu impedimento de exercer a Vereança no dia de hoje, em substituição ao Vereador Guilherme Barbosa. Em COMUNICAÇÃO DE PRESIDENTE, o Vereador Clovis Ilgenfritz, referindo-se ao Relatório Anual elaborado pelas Diretorias da Casa e distribuído aos Senhores Vereadores, discorreu sobre os trabalhos desenvolvidos por este Legislativo durante o corrente ano, agradecendo a colaboração de todos para o resultado positivo obtido das atividades legislativas e administrativas realizadas. Ainda, informou que seriam distribuídas aos Senhores Vereadores cópias em vídeo das primeiras Sessões desta Casa transmitidas pela "TV Câmara Municipal de Porto Alegre". Na ocasião, os Vereadores Luiz Braz, Pedro Américo Leal, Gerson Almeida, Gilberto Batista, Nereu D'Ávila, Tereza Franco, Anamaria Negroni e João Carlos Maciel congratularam-se com a Mesa Diretora pelo trabalho realizado à frente deste Legislativo durante o corrente ano. Às dezenove horas e dezesseis minutos os trabalhos foram regimentalmente suspensos, para realização de reunião conjunta de Comissões Permanentes, tendo os mesmos sido retomados às dezenove horas e cinqüenta e quatro minutos, constatada a existência de "quorum". Após, foram apregoadas a Emenda nº 34, de autoria do Vereador Pedro Ruas, encaminhada pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, as Emendas nºs 35 e 38, de autoria do Vereador Carlos Garcia, as Emendas nºs 36 e 37, de autoria do Vereador Fernando Záchia, e a Emenda nº 39, de autoria do Vereador Antonio Hohlfeldt, todas apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 61/97 (Processo nº 3676/97).  Foram aprovados os seguintes Requerimentos, solicitando dispensa de envio de Emendas apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 61/97 para apreciação de Comissões Permanentes: de autoria do Vereador Antonio Hohlfeldt, com relação às Emendas nºs 34 e 39; de autoria do Vereador Carlos Garcia, com relação à Emenda nº 35; de autoria do Vereador Hélio Corbellini, com relação às Emendas nºs 36, 37 e 38. Foi aprovado Requerimento do Vereador Elói Guimarães, solicitando a retirada de tramitação da Emenda nº 19, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 61/97 e foram apregoados os seguintes Requerimentos, deferidos pelo Senhor Presidente, solicitando destaques  para  votações relativas a este Projeto: de autoria do Vereador Antonio <D>Hohlfeldt, com relação ao § 1º do artigo 14, ao artigo 16 e ao § 2º do artigo 18; de autoria do Vereador Carlos Garcia, com relação às Emendas nºs 35 e 38; de autoria do Vereador Hélio Corbellini, com relação às Emendas nºs 36 e 37. Na ocasião, face às Questões de Ordem suscitadas pelo Vereador Nereu D'Ávila, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da tramitação das Emendas apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 61/97. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 61/97, o qual, após ser discutido pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Gerson Almeida, João Dib, Hélio Corbellini, Elói Guimarães e Carlos Garcia, teve suspensa sua discussão face ao término do prazo regimental da presente Sessão. Durante a discussão do Projeto de Lei do Executivo nº 61/97, as Vereadoras Anamaria Negroni e Maria do Rosário cederam seus tempos de discussão, respectivamente, aos Vereadores Antonio Hohlfeldt e Gerson Almeida. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença do Engenheiro Estilac Xavier, Secretário Municipal de Obras e Viação e, às vinte horas e cinqüenta e nove minutos, esgotado o prazo regimental da presente Sessão, registrou não estar encerrada a discussão do Projeto de Lei do Executivo nº 61/97 e declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Clovis Ilgenfritz, Isaac Ainhorn e Paulo Brum e secretariados pelos Vereadores Paulo Brum, Guilherme Barbosa e Carlos Garcia. Do que eu, Paulo Brum, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada por todos os Senhores Vereadores.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Requerimento de licença da Vera. Clênia Maranhão para tratar de interesses particulares.

 

(Obs. Foi aprovado o Requerimento de licença da Vera. Clênia Maranhão, e dada posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

Antes de ingressarmos na Ordem do Dia está com a palavra o Ver. Pedro Américo Leal, para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores.

Esta Casa precisa se libertar dos Projetos vindos do Executivo e dos Projetos fabricados por ela, para passar a cuidar mais de Porto Alegre. Tenho dito isso, e o Ver. Henrique Fontana era o mais embevecido dos Vereadores quando proferi esta afirmação, de que esta Casa é uma Casa administrativa, não é uma Casa política, porque estamos sempre engalfinhados em Projetos do Executivo ou Projetos fabricados pelos Vereadores. E Porto Alegre? Discutimos pauta e só pauta, não podemos sair da Pauta. Volta e meia o Excelentíssimo Sr. Presidente adverte o orador que está na tribuna de que ele tem que se ater à matéria da pauta. V. Exas. devem lembrar-se disso.

Pois bem, estive, pela segunda vez, neste mês no Pronto Socorro. Sábado passei toda a manhã no Pronto Socorro, observando; não posso dizer inspecionando porque, apesar de ter autoridade, não tenho capacidade técnica para isso. Na verdade, nós precisamos nos preocupar com o Pronto Socorro. Vereadores do PT, Vs. Exas. sabem como eu ajo, como faço política. E isso o que estou dizendo aqui é muito importante, porque nós não podemos deixar o Pronto Socorro cair. O Pronto Socorro é uma referência para nós. Eu defendi - e defendo sempre - o Pronto Socorro, porque acho que aquela organização hospitalar é algo inacreditável.

Ver. Nereu D’Ávila, V. Exa. tem alguma razão, porque não veio aqui defender posições inabaláveis. Eu preciso representar um grupamento de eleitores, pois eu fui trazido para cá. Passei meia hora no Pronto Socorro inteiramente voltado ao trabalho de inspeção. Perdoem-me a nomenclatura técnica - o Ver. Cláudio Sebenelo não está aqui para me corrigir. O que são os procedimentos endoscópicos? São a retirada de corpos estranhos do aparelho digestivo, do esôfago de pacientes pequenos - em geral, são as crianças, que têm a peraltice de engolir objetos - e os pais, assustados e apressados, dirigem-se ao Pronto Socorro. E o que é que o Pronto Socorro está apresentando agora? Está apresentando sérias deficiências de material. Não existe pinça, o famoso aparelho esofagoscópio, que é acompanhado de uma luz e, essa luz facilita a visão do médico, que vê, ampliado, pela garganta, o interior do corpo da criança, para retirar algum pequeno objeto ingerido. Normalmente, o esofagoscópio tem uma luz deficiente, é uma lâmpada improvisada. Não pode ocorrer isso. Os tubos estão desgastados, as pinças desgastadas, sem dentes e sem pontas.

Sr. Presidente, eu tenho aqui um relato prático do que eu vi no Pronto Socorro. O Pronto Socorro está precisando de ajuda, ele está precisando de nós. Vou passar esse relato a V. Exa., Sr. Presidente, porque é importante para Porto Alegre. Todos sabem da dedicação que tenho pelo Pronto Socorro, já a demonstrei. Existem coisas, aqui, que precisam ser sanadas - em torno de R$ 400.000 -, Vereadores do PT. Tenho certeza que V. Exas. estão com a atenção voltada para isso e que vão levar o sério, porque eu trabalhei exaustivamente - farejando com minhas narinas longas - entre blocos cirúrgicos, salas de cirurgia, salas de recuperação, salas de curativos para dar por encerrada, às 12h30min,  minha visita que durou quatro horas e meia.

Quero dizer a V. Exa. que R$ 400.000 resolvem o problema, pois são materiais em desgaste. Precisamos do auxílio de  V. Exas. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Vamos encaminhar, através da Assessoria Legislativa do Partido, ao Governo do Estado as sugestões e problemas constatados pelo Ver. Pedro Américo Leal, conforme já anunciou na tribuna.

Requerimento de Licença, do Ver. Adeli Sell, para Tratar de Assuntos Particulares

 

(Obs. Foi aprovado o Requerimento de licença do Ver. Adeli Sell, e dada posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

Há quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA 

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO 

 

PROC. 2440/97 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 003/97,  que altera o inciso II do § 9º do art. 5º, o art. 24, o art. 31, o art. 64, os incisos II e VII do art. 71, e o item 2 da alínea “b” do inciso I do art. 72 da Lei Complementar nº 07, de 07 de dezembro de 1973; o art. 1º da Lei Complementar nº 48, de 28 de dezembro de 1979; os arts. 8º e 9º da Lei Complementar nº 197, de 21 de março de 1989, e o art. 1º da Lei Complementar nº 306, de 23 de dezembro de 1993. (legislação tributária municipal) Com Emendas nºs 01, 03, 04, 05 e 06, e Substitutivo nº 01, com Emenda nº 01.

 

Parecer

- da CCJ. Relator Ver. João Motta: pela aprovação do Projeto.

 

Observações

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - Art. 82, § 1º, I, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM;

- retirada a Emenda nº 02.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLCE nº 003/97, com Substitutivo e Emendas a ele apostas. O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir.

 

O SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Ontem fiz um Requerimento, solicitando uma explicação, mais para constar nos Anais da Câmara, sobre a não-inclusão do meu Projeto sobre o Sistema Municipal de Ensino na Ordem do Dia, dessa Convocação Extraordinária, visto que este Projeto que tinha sido retirado da Ordem do Dia, por acordo de Lideranças deveria entrar nesta convocatória. Como não foi possível, ontem, darem-me esta resposta, gostaria que ao longo desta Sessão, que é a última do ano, que me fosse dada a explicação, oportunamente.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA (Questão de Ordem): Só para conhecimento da Casa e para início da discussão com todos os dados, eu pediria a V. Exa. que o Secretário clareasse quais Emendas que estão em discussão. V. Exa. falou numa Emenda apenas para o Substitutivo e várias Emendas para o Projeto, mas eu gostaria que fosse especificado exatamente o número e quais as Emendas.

 

O SR. PRESIDENTE: Eu tenho o número das Emendas, o Projeto, neste momento, está nas mãos do Ver. Luiz Braz. Ao Projeto temos as Emendas 1, 3, 4, 5 e 6. São cinco Emendas. Ao Substitutivo nº 1, temos uma Emenda.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Ontem eu perguntava, na forma do art. 91 do Regimento, em qual Comissão foi apresentado o Substitutivo do Ver. Hélio Corbellini.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa respondeu mas, oportunamente, responderá  com mais dados.

O Ver. José Valdir fez uma solicitação à Mesa e, esta, consultando o 1º Secretário que coordena a organização do espelho da Pauta, da Ordem do Dia, junto com a Diretoria Legislativa, não recebeu das Bancadas ou do Governo nenhuma proposta de incluir na Ordem do Dia o Projeto que V. Exa. referiu. Se houve um acordo anterior entre V. Exa. e a Bancada do PT, ou outras Bancadas, corresponde a essas Bancadas responder a sua demanda, porque a Mesa não deixaria de colocar em votação um Projeto que V. Exa. houvesse enviado.

 

O SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Na sexta-feira retrasada, na última Sessão do período ordinário desta Casa, eu fiz um registro em Questão de Ordem e foi confirmado esse acordo de Lideranças pelo Ver. Antonio Hohlfeldt e várias Lideranças que estavam nessa reunião. Para mim o fato está encerrado, só que  houve o acordo de Liderança que por algum motivo não foi cumprido.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLCE nº 003/97.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Estou observando um fato estranho nesse Processo, Ver. João Dib. Eu fui o Relator desse Projeto, quando o Sr. Presidente estava lendo que o Ver. João Motta deu parecer favorável ao Projeto e não ao Substitutivo. As grandes discussões que serão travadas aqui hoje estarão relacionadas ao Substitutivo e não ao Projeto dos créditos tributários que é muito bom, inclusive o Substitutivo vai impedir que aprovemos aqui esse Projeto. Quando fui Relator desse Projeto na Comissão de Finanças e Orçamento da Casa, percebi que em uma das propostas feitas pelo Governo, que é a da compensação, diz: "Quando ocorrer o pagamento a maior do Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza esse poderá ser compensado nos pagamentos seguintes até no máximo um ano após o pagamento, conforme os seguintes critérios". Eu tirava esse prazo aqui, porque é muito normal e natural os créditos tributários, inclusive V. Exa. tem o exemplo do Imposto de Renda, os créditos tributários têm o prazo de cinco anos para serem compensados, e aqui o Governo Municipal fazia com que os créditos tributários tivessem apenas um ano para serem compensados, então resolvemos tirar esse prazo. Mas o estranho é que eu abro Processo do qual fui Relator na Comissão, está aqui o meu Parecer, com a aprovação da Emenda que fiz lá na Comissão e ela não está no Processo. Tenho certeza de que se pegarmos a Ata, na época em que estávamos analisando esse Processo, veremos que há uma análise que fizemos da nossa Emenda e a aprovação do Parecer com relação a esse Projeto que é muito bom. Infelizmente, ao que tudo indica, não vamos poder aprová-lo, porque, com todo o direito que tem, o nosso amigo Ver. Hélio Corbellini resolveu colocar um Substitutivo que deve ter sido feito junto com o Governo, colocando nesse Substitutivo a possibilidade de aumentar o IPTU. Quando eu estava nesta Casa hoje e saía de uma das reuniões, e estava dirigindo-me ao almoço, quando era mais ou menos 13h, eu encontrei um Senhor que deve estar presente nesta Casa, em uma das cadeiras aqui neste  Plenário, ele me apresentava e pode apresentar para qualquer Vereador aqui, os impostos prediais que ele pagou nos últimos tempos. Ele mostrou, Ver. Nedel, que, de 94 a 96, ele pagou um aumento de Imposto Predial e Territorial Urbano de 56%. Os argumentos que são trazidos para que essa teimosia do Governo em propor esse aumento de imposto, agora também avalizado pelo Ver. Hélio Corbellini, é que esse imposto não sofreu aumento nos últimos tempos. Ora, as próprias guias que foram trazidas por esse senhor que está aqui comprovam isso, assim como as guias dos impostos que nós mesmos pagamos. Esse senhor pagou um aumento, em dois anos, de 56%. Por que, Ver. Guilherme Barbosa, alguém que paga, num imposto, um aumento de 56%, tem que ser penalizado?

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Ver. Luiz Braz, eu me inscrevo e cedo o meu tempo a V. Exa.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Muito obrigado, Vereador Paulo Brum. Como dizia, por que quem já teve aumento tem que ser penalizado com um novo aumento? Eu tenho, aqui, as guias de pagamento que o senhor a que me referi efetuou. Tenho, aqui, o valor do imposto pago por ele nos anos de 95, 96 e 97. Em l995, ele pagou R$ 280,80; em l996, R$ 343,76 e em l997, ele está pagando R$ 548,50. Isso sem multa! São valores reais! Estou falando de uma pessoa, presente neste Plenário, que mora na Av. Gen. Barreto Vianna, 624. Ele trouxe suas guias para comprovar que o IPTU, Ver. João Dib, sofreu aumentos muito além da inflação: 56%! Eu pergunto a V. Exa., Ver. João Dib, qual foi a inflação nesse período de dois anos? Ela não deve ter ultrapassado a casa dos 20% ou pouco mais.

 

O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, são 33% acima da inflação entre 95 e 97 por aquela troca de votos que o Ver. Lauro Hagemann disse que não houve. Saúde e paz!

 

O SR. LUIZ BRAZ: O Ver. Lauro Hagemann foi o Relator da Comissão constituída para averiguar se houve a denunciada permuta de votos, tendo afirmado que não houve tal permuta. O Ver. Lauro Hagemann tem, como teve, todo o direito de dar o seu parecer de acordo com o que ele considera justo, e nós respeitamos a sua opinião.

Mas, o que interessa aqui, de fato, é esse Projeto. Eu pediria ao Ver. Hélio Corbellini e à Bancada Governista que retirem o Substitutivo, que não permitam que ele seja votado, podendo até prejudicar o Projeto principal. O Substitutivo é inteligente, porque vem de um homem inteligente, o Ver. Hélio Corbellini, mas ele é injusto porque traz novos aumentos, e, se ele traz novos aumentos, acima da inflação, nós vamos penalizar pessoas que já estão muito sobrecarregadas, pessoas, como esse homem que estou citando e de quem recebi estas guias, que chegaram a pagar 56% de aumento em dois anos. Não interessa o porquê, Ver. João Dib; interessa que ele pagou 56% de aumento em apenas dois anos. Isso é demasiado e indica que nós poderíamos, simplesmente, retirando esse Substitutivo, votar um Projeto que traz, esse sim, benefícios para a população, que traz avanços no terreno tributário, e acredito que não deveríamos nem nos referir ao Substitutivo e sim aprovar o Projeto. Vou refazer a Emenda, que não encontrei mais no Processo, e recolocá-la. Lamento que, na tramitação do Processo, desde que saiu da Comissão de Finanças e Orçamento, até chegar a este Plenário, essa Emenda tenha desaparecido. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Renato Guimarães está com a palavra para discutir o PLCE nº 003/97.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós podemos na tarde de hoje, de forma muito transparente, fazer o debate nesta Casa e com a Cidade de Porto Alegre sobre o que de fato aumenta, mas traz investimentos e recursos para a Cidade, e sobre o que é só discurso e demagogia. Digo isso porque ninguém discute, aqui na Casa, que de 1994 a 1997 a conta de telefone subiu 210%. Todos nós que temos telefone tivemos nossa conta aumentada em 210%, mas isso não é colocado aqui. Ninguém discute que a conta de luz subiu 150%. Todos pagam a conta de luz, e ela subiu 150%. O IPTU de Porto Alegre, de 1994 a 1997, subiu 55%. Eu pergunto: há ou não há retorno na Cidade de  Porto Alegre em relação ao IPTU? O que fazemos com o dinheiro do IPTU? Nós passamos para a GM, para a Ford, o dinheiro do IPTU? Não. O dinheiro do IPTU está sendo colocado em infra-estrutura, em esgoto, em saneamento, na Cidade de Porto Alegre. Agora, eu gostaria de saber como estão sendo usados os recursos da CRT, os recursos das privatizações.

 

O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, o aumento do IPTU, de 95 a 97, foi  de 56%, mas de 90 a 97, foi de 800%.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: O Ver. João Antônio Dib trabalha com um conjunto de números e apresenta um conjunto de dados à Casa que, após estudos, nunca conseguimos comprovar. Há uma semana ele veio aqui e disse que tinha caixa 2 na Prefeitura. Fez um baita estardalhaço! Dias depois fomos cobrar, fomos saber qual a veracidade disso, ele disse: "Não foi bem isso que eu disse. Eu não disse que tinha caixa 2, eu estava perguntando se tinha caixa 2. Aí eu vi que não tinha caixa 2." Agora vem aqui e diz que o aumento foi de 800%. Depois quando se vai investigar e se vê que os dados não são verdadeiros a repercussão da resposta é mínima. Gostaria que o Ver. João Antônio Dib ocupasse os mesmos espaços na imprensa que ocupou para dizer que a Prefeitura tinha caixa 2, para desmentir isso, para dizer que a Prefeitura não tem caixa 2. Mas esse debate não é feito. Nós temos que reconhecer que um conjunto de taxas e impostos que os cidadãos pagam teve aumento, sim, mas temos que analisar se isso teve um retorno. A Prefeitura está apresentando uma proposta de aumento de 5% aos contribuintes da periferia, 6.5% aos demais contribuintes. Eu gostaria de perguntar ao Ver. Luiz Braz qual a proposta do Prefeito Lagranha em Canoas? O Prefeito Lagranha, do PTB, encaminhou à Câmara Municipal de Canoas  um aumento de 1300%. (Aparte inaudível) Nós negociamos e reduzimos, Ver. Luiz Braz, nós não aprovamos 1300%. Quanto eles aprovaram em Canoas? Aprovaram 300%. O aumento do IPTU em Canoas, conseguidos pela Bancada do PTB, é de 300%. Duas outras cidades que o PTB administra: Glorinha e Santa Cruz. Lá aumento variou entre 300 e 500%. É interessante  registrar isso aqui porque não dá para negar ao cidadão de Porto Alegre, não dá para negar à Cidade de Porto Alegre uma discussão da possibilidade, sim, de que nós vamos ter que rever impostos, tributos, para o ano que vem, porque é um ano para o qual já se vislumbra uma situação de crise. Não dá para fazer essa discussão só nos outros municípios e, em Porto Alegre, não. Não dá para assumirmos que o PDT pode aumentar imposto em Cachoeirinha, mas não em Porto Alegre, que o PTB pode aumentar em Canoas, mas não em Porto Alegre, que o PMDB pode aumentar no município onde administra, mas não em Porto Alegre, que o PPB, do Ver. João Dib, em Sapiranga, apresenta uma proposta de 167% de aumento, e lá aprovam, mas, em Porto Alegre, não podemos aumentar 5%. Isso é incoerência. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para discutir o PLCE nº 003/97.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu sei que sou contundente quando afirmo e quando pergunto. Quando afirmava o jovem Ver. Renato Guimarães, em quem deposito muitas esperanças, que o IPTU aumentou 800%, em valores absolutos, eu me valho dos números do PT. O PT diz que, em 1990, a média, por economia, de IPTU, era de 27 dólares, e diz que em 1997 são 200 dólares. Agora, eu deixo a conta para o jovem, em quem deposito esperanças, que ele a faça.

Eu nunca afirmei aqui, que a Prefeitura tinha caixa 2. Apenas eu perguntei, e ainda não me responderam. Eu apenas sou provocado. Eu fazia a pergunta sobre os 159 milhões de UFIRs, e eu vou deixar isso claro, porque o Secretário não teve competência para me responder, mas, sim, para me agredir, como a Bancada também o fez. Cento e cinqüenta e nove milhões de UFIRs foram lançadas na carga geral do Município, e só aparecem cerca de 85 milhões de reais. Então eu tenho que perguntar. Só que não vou fazer a pergunta novamente, foi o Ver. Renato Guimarães que a fez. Mas a Associação dos Agentes Tributários do Município disse - e foi lido com glória e honra neste Plenário o documento por ela assinado, até não sei se a assinatura é do Presidente da Associação porque eu não conferi -  com todas as letras, que foram lançados 159 milhões de UFIRs. Tratava-se do documento de lançamento, mas eu não disse que não era lançamento. Agora, o homem obtém muito mais pelo seu trabalho constante do que pela sua inteligência.

Eu sou um trabalhador infatigável. Se eu tiver que trabalhar 24 horas, eu trabalho, eu já provei isso no passado, provarei no presente e no futuro também. Então eu leio, por exemplo, que esta Cidade sofreu tremendos alagamentos. Será que ela é dirigida com competência? Será que faltou dinheiro para a Cidade? Eu acho que não. Está aqui o Diário Oficial do Município, e aí, eu leio, e isso dá tristeza para eles. O DEP, responsável pelos alagamentos, pelo mau funcionamento das casas de bomba, por tudo que aconteceu, e cobrando taxa de esgoto pluvial! Está aqui o Sr. Prefeito fazendo uma suplementação de 16 milhões de reais, em números redondos. E para suplementar esses 16 milhões, ele tira do DEP, obras de drenagem,  cinco milhões e  cento e vinte e um mil reais. E tira da Educação 6 milhões de reais. Mas a Lei Orgânica diz que ele tem que gastar 30% da arrecadação com a Educação. Eu vou fazer a conta depois, porque até agora eu não tenho a conta ainda, mas no ano que vem, na data prevista pela Lei Orgânica, ele há de trazer o balanço, e eu vou fazer a verificação.

Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu acho que às vezes é bom não ler não trabalhar muito. Volto a dizer não me considero o mais competente, não me considero o mais brilhante, mas não vejo nenhum mais trabalhador do que eu. Sempre fui trabalhador e faço uma coisa que gosto.

Eu fiz uma Questão de Ordem, pois não tínhamos que estar neste Plenário e nem nesta tribuna neste momento, discutindo o Substitutivo do Ver. Hélio Corbellini - que não é do PT e não é do Governo -  que não foi apresentado, na forma do Regimento, na Comissão.

O Ver. Luiz Braz  registrou aqui - e relatou na Comissão de Finanças - que a Emenda desapareceu e que o Substitutivo não foi apresentado na Comissão. Eu sou muito atento, eu tenho as datas em que o vereador "x" solicitou o art. 81, da Lei Orgânica e, no dia seguinte, retirou o artigo 81.

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Sônia Santos se inscreve e cede o tempo ao Ver. João Dib, com a concordância dos Vereadores Antônio Losada e Juarez Pinheiro.

 

O SR. JOÃO DIB: Agradeço à Vera. Sônia Santos pela cedência do tempo.

Então, reiteradas vezes, foi apresentado e retirado o artigo 81. No dia 15 de dezembro, último dia da Sessão Ordinária, mais uma vez, depois de tantas discussões e pressões da Bancada Petista, inclusive na Comissão de Justiça, eu renunciei às 24 horas a que tinha direito para pedir vista ao Projeto, e a Bancada do PT solicitou, mais uma vez, a retirada do artigo 81. E eu, tranqüilo e serenamente, como sempre, me dirigi ao microfone e solicitei que o Substitutivo cumprisse o disposto no Regimento. Presidia a Sessão, naquele momento, o Ver. Reginaldo Pujol. A apresentação de Substitutivo, na forma do Regimento, é durante a Pauta ou nas Comissões. E como havia parecer aprovado na Comissão de Justiça e encaminhado para parecer da Comissão de Finanças, o Projeto Substitutivo, que é um projeto completamente diferente, não substitui nada, mas acresce, deveria ser apresentado na Comissão e não o foi, apesar deste Vereador ter alertado. Claro! Tranqüila e serenamente aceito que o alertamento não tenha sido considerado. Mas, eu continuo pensando que tinha que ser apresentado na Comissão e que não substitui, acresce, é diferente! Porque mantém todo o Projeto original, que é bom e que não precisava haver a Convocação Extraordinária nesta Casa - ainda que seja sem ônus nenhum - não precisava ser, porque este Projeto poderia ser votado nos primeiros dias de janeiro, quando faremos a Convocação Extraordinária para eleger a nova Mesa. Não havia necessidade.

Não foi o Partido dos Trabalhadores, não foi o Projeto de Lei, o Prefeito que mandou o Projeto de Lei, o Prefeito retirou um Projeto de Lei. Este sim poderia ter sido substituído, mas o que aqui e agora acontece é um acréscimo no Projeto de Lei do Executivo que trata de matéria tributária, sim, porque é a Lei Complementar nº 7, mas não fala em alíquotas, não fala em imposto; é um processo para desburocratizar as coisas que ocorrem na Prefeitura.

O Ver. Hélio Corbellini, inteligente, competente, sério e responsável fez o seu Substitutivo para o Projeto do Executivo e este lhe tirou o tapete, tirou o Projeto. O Ver. Hélio Corbellini tem o seu primeiro ano de mandato e acresceu, mas não é um Substitutivo. Substitutivo dá outra forma, dá outra apresentação para aquilo que ali estava. Mas, foi incluído integralmente e acrescido uma votação para a Planta de Valores que nós todos sabemos nesta Casa que 28 de dezembro de 1991, a Prefeitura alterou o art. 9º do Código Tributário, que ora se pretende acrescer, validando uma Planta de Valores que fraudulentamente fora aplicada anteriormente, ilegalmente. E a Redação Final desta alteração do art. 9º do Código Tributário do Município nunca foi aprovada. Antes de ter sido votada era editada a lei no Diário Oficial como se aprovada tivesse sido. Dia 28 de dezembro, na madrugada, eu pedia que fosse interrompida a votação porque era sábado, e a  Lei Orgânica não permite que esta Casa se reúna aos sábados, mas continuou assim mesmo a Sessão, e a Redação Final não foi aprovada.

Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, às vezes é desagradável conhecer um pouco das coisas desta Cidade, a História desta Cidade, os atos do Prefeito - e encerro - como este que dá 3 milhões e 702 mil, com dispensa de licitação, para o Programa Cidade Viva, somente nas televisões. E hoje o Governo Federal está reduzindo a sua verba de publicidade de 152 milhões para 50 milhões de reais. Saúde e paz!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Para discutir, tem a palavra o Ver. Antônio Losada.

 

O SR. ANTÔNIO LOSADA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, comunidade presente.

Vimos a esta tribuna defender o Substitutivo do Ver. Hélio Corbellini. Muitos oradores vêm invocando alguns aspectos que nada têm a ver com os interesses da Cidade, citando aspectos legais e procurando protelar uma necessidade que se tem de se adequar a Planta de Valores da Cidade de Porto Alegre, tendo em vista que desde 1992 esta Planta não foi adequada.

Os aspectos legais são colocados muitas vezes apenas para desvirtuar a necessidade objetiva que a Cidade tem de receber este aumento para que sejam atendidas as obras tão necessárias à população de Porto Alegre. É um absurdo, e se examinarmos outras capitais brasileiras, podemos perceber a diferença significativa que há em relação à cidade de Porto Alegre quanto ao IPTU, atingindo, às vezes, mais de 50%. A Administração Popular, no seu segundo mandato, vem desenvolvendo em nível de pavimentação, de conservação, de capeamento de ruas o equivalente a 40km por ano; o índice de pavimentação durante o Governo Collares foi de apenas 3km. E temos consciência de que a nossa Cidade necessita de muita pavimentação, ainda temos em torno de 500km de chão batido, e é a população com menos poder de mobilização que sofre com essas questões. Então, por que estão contrários a esse aumento insignificante de 5%, que atingirá apenas 40% dos que pagam o IPTU nesta Cidade, já que na chamada área fiscal não será atingido nem 5%. Temos necessidade de desenvolver os Projetos, os programas de saneamento básico. E recentemente inauguramos uma estação de tratamento de esgoto em Guarujá, obra que custou em torno de seis milhões de reais, que possibilitará, dentro de um ano, que os moradores de Porto Alegre utilizem a Praia de Ipanema, beneficiando cinqüenta mil residências daquela região. E não precisamos nos glorificar por esse tipo de obra, já que ela tem um sentido social, de saúde pública que atinge diretamente a nossa população, recuperando o nosso Guaíba. Recentemente tivemos alagamentos em Porto Alegre e na grande Porto Alegre devido a grande incidência de chuvas, e sabemos das carências da Cidade e também estamos realizando uma obra de saneamento básico na Vila Farrapos, que custará em torno de seis milhões de reais. Então, o que querem os Vereadores da oposição? Querem dificultar o ritmo dessas obras, dificultar a vida do porto-alegrense. Mas acreditamos que na oposição há Vereadores de bom-senso e que entendem a necessidade de se aprovar esse substitutivo. Era isso. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir o PLCE nº 003/97.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Esta Câmara pode, hoje, manter a sua tradição nas questões importantes, de superar eventuais disputas político-partidárias e manter o seu compromisso com a Cidade, ou pode, hoje, ter uma de suas Sessões mais obscuras.

Escutei há pouco o discurso mais fraco desde que estou nesta Casa, do Vereador com mais tempo nesta Casa e que faz um trabalho de fiscalização que reconheço, que foi o discurso do Ver. João Dib. O Vereador Dib subiu à tribuna e não disse nada porque não tinha nada para dizer, porque hoje este Vereador e os que votarem contra o IPTU estarão ficando de costas para os cidadãos da Cidade, de costas para a população mais humilde, para os que precisam de investimentos. O Ver. João Dib tem, nas Prefeituras que o seu Partido defende na grande Porto Alegre e no Estado do Rio Grande do Sul, aumentado em quantidades astronômicas o IPTU. O Ver. João Antônio Dib veio aqui falar numa questão de licitação. Ora bolas! O seu governo, na Zero Hora, gastou páginas inteiras para dizer asneiras. Páginas inteiras! O programa "Cidade Viva" tem um caráter educativo, informativo e de orientação social. Não é para fazer o que o seu governo, o governo do PMDB, do PTB fez na Zero Hora de domingo, gastando milhões e milhões de dólares, retribuindo não sei o que à RBS, com páginas inteiras. Vamos ver aqui as economias que vão até treze mil e trezentas UFIR's vão ficar com valor igual ou menor. As economias com até treze mil e trezentas UFIR's vão continuar isentas! Temos um dos IPTU's mais baixos do País. Os Vereadores que estão aqui hoje contra o IPTU estão fazendo uma disputa político-partidária, esquecendo-se de seus compromissos com a Cidade, com os mais humildes. Estão ficando, sim, do lado dos ricos, daqueles que têm muito! É esse lado que vocês estão escolhendo! E eu não entendo que Vereadores tradicionais desta Casa, que apesar de representarem as categorias, têm a sensibilidade política de reconhecer que este País é um país de concentração de rendas, de concentração de terras, e que não alterar a Planta de Valores é uma questão de injustiça! É uma questão de ilegalidade! Ou será que alguém que mora numa área que foi valorizada tem que continuar pagando o mesmo imposto? Ou será que alguém que mora numa área que teve investimentos, sejam públicos, sejam privados, tem que ficar pagando o mesmo imposto? Isso é uma questão de justiça para os conceitos de quem é liberal, para os conceitos de quem é neoliberal! Agora, o que eu não entendo são Vereadores que vão lá na vila buscar os votos dizer que defendem os mais pobres e os oprimidos, e aqui vêm votar com os ricos! É uma barbaridade não votar isso!

Estamos aqui excluindo aquelas moradias com valor de treze mil e trezentas UFIR's, no valor de doze mil dólares. Vereador Pedro Américo Leal, nós temos um dos impostos mais baixos deste Estado, 56% mais baixo do que Curitiba, Rio de Janeiro, São Paulo! E o Ver. João Dib vem com essa "baboseira" aqui. Vereador, quem escreveu esse Parecer aqui foi uma Procuradora do Estado, já falecida, chamada Rosane Hoffmeister. Isso aqui é da contratação das empresas de publicidade. V. Exa. não tinha argumentos para justificar porque vota contra o IPTU. Mas é isso. Os Vereadores que estão votando contra estão ficando do lado de uma minoria, mas minoria mesmo, que ganha muito, estão votando a favor da concentração de renda.

É isto: Não aprovar o IPTU é virar as costas à população mais humilde desta Cidade.

Ver. João Dib, hoje V. Exa. merecia uma missa de Réquiem. V. Exa. está numa situação de grande dificuldade e fez o seu pior pronunciamento que já vi nesta Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Fernando Záchia está com a palavra para discutir o PLCE nº 003/97.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Senhor Presidente e Srs. Vereadores. Eu estava ouvindo atentamente o pronunciamento do Ver. Juarez Pinheiro, e conversava, em particular, com o Ver. Hélio Corbellini, o autor, para mim, surpreendente, deste Substitutivo. Surpreendente não porque o Vereador não tenha preocupação com a Cidade, evidentemente que tem, mas surpreendente porque o Vereador não faz parte do Governo Municipal. Eu pedia a ele um exemplo do que o Vereador Juarez Pinheiro estava falando, de que estávamos prejudicando os pobres, as pessoas que moram na periferia de Porto Alegre e beneficiando os ricos. Nós não queremos essa injustiça. Independentemente de qual é o nosso partido, de qual a nossa posição política, queremos uma justiça equilibrada, uma justiça social. Ao Ver. Hélio, que é o autor do Substitutivo, a pessoa que conhece como poucos essa matéria, eu perguntava sobre o Bairro Bela Vista, o que iria acontecer naquele bairro, que sabemos ser, um bairro de classe alta, um bairro onde estão concentradas, talvez, as pessoas de melhor condição financeira deste Município, onde estão concentradas as maiores casas, diria até as mansões de Porto Alegre. E, para mim, surpreendentemente, o Ver. Hélio Corbellini dizia: "Ver. Záchia, no bairro Bela Vista o IPTU vai diminuir. Ora, se estamos aqui, nós, partidos da oposição, relutando em aprovar um aumento de IPTU, e o Ver. Hélio me diz que no Bairro Bela Vista vai diminuir o IPTU, então, em algum lugar, vai aumentar. Onde vai aumentar? Vai aumentar na 1ª. Zona Fiscal, dois reais e cinqüenta centavos, e nos outros locais vai aumentar cinco reais. Mas, Ver. Juarez Pinheiro, qual é a classe social deles? Também classe média baixa. Então, esse equilíbrio social que o preocupa parece que não é verdadeiro, porque se o bairro Bela Vista  terá seu IPTU diminuído, onde estão concentradas as maiores residências do Município, não é justo.

 

O Sr. Juarez Pinheiro: V. Exa. me permite um aparte? (Assentimento do orador.) Sou morador lindeiro do bairro Bela Vista e gostaria que Vossa Excelência dissesse o nome da rua desse bairro onde o imposto vai diminuir.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Vossa Excelência tem que fazer essa pergunta ao Ver. Hélio Corbellini que não está aqui e foi quem me deu essa informação. Eu só conheço as áreas fiscais. Eu já votaria contra esse Projeto, mas mais razão ainda tenho quando o autor me diz que o IPTU do Bairro Bela Vista vai diminuir. Não posso entender isso.

Tem sido cobrado de alguns Vereadores da oposição que temos sido responsáveis pela falta de investimentos que vai ocorrer no Município de Porto Alegre em 98. Ora, este Projeto, se for aprovado, vai representar de dois milhões e meio a três milhões a mais no orçamento do Município em 98. Informações dadas pelo autor do Substitutivo, Ver. Hélio Corbellini.

No final de 1996, tivemos um superávit de aproximadamente doze milhões de reais. Isso mostra uma boa capacidade administrativa, só que o município não é uma empresa. Município tem que ser bem e corretamente administrado e certamente o é, mas não tem que dar lucro. A empresa, a iniciativa privada, tem o seu balanço, que tem que ficar no azul. Município, se deu lucro, ou arrecadou demais ou  investiu de menos.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Fernando Záchia, o Ver. João Carlos Maciel  se inscreve e cede o seu tempo a V. Exa.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Havendo concordância dos Srs. Vereadores, eu agradeço. Ver. João Carlos Maciel, concedo-lhe aparte a qualquer momento, para que fique registrada a sua posição.

Se este Município deu um lucro de dois milhões e seiscentos e mais alguma coisa, investiu de menos, mas não se pode responsabilizar os Vereadores que não aprovarem um Projeto que vai gerar dois milhões e meio a mais, pela falta de investimentos em Porto Alegre. Ou, Ver. Elói Guimarães, se arrecadou demais, para dar lucro, não tem uma outra maneira, ou se gastou de menos. Tenho um respeito muito grande por V. Exa., Ver. Juarez Pinheiro, mas eu não posso concordar quando V. Exa. diz que os Vereadores da oposição, que vão votar contrariamente a este Projeto, quando forem às Vilas buscar votos ou fazer campanha, deverão ser responsabilizados pelos poucos investimentos. Não é verdade. Não pode ser verdadeiro este Projeto ser responsabilizado por isso. Se nós analisarmos toda a questão nacional, lá em Brasília, a diminuição dos recursos para os Municípios e etc, etc, eu concordaria com V. Exa. Agora, eu não posso, no momento em que eu exerço o meu voto, que eu exerço a minha atividade, ser responsabilizado por não penalizar a população com mais um aumento, que V. Exas. dizem pequeno, de 5%, mas é um grande aumento num momento de dificuldades por que passa a população de Porto Alegre. Não podemos ser responsáveis  por causarmos, talvez, uma diminuição de uma possível arrecadação de dois milhões e meio, quando este Município não teve capacidade de utilizar melhor os recursos do Orçamento de 1996.

 

O Sr. Gerson Almeida: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Fernando Záchia, eu escuto com atenção o seu pronunciamento, e o Senhor admite que o seu Partido, assim como os demais que sustentam os Governos Federal e Estadual, tem sido, em parte, responsável pela não transferência de recursos dos municípios. Eu gostaria que V. Exa. explicasse o seguinte: o seu Partido, na cidade de Dois Irmãos, através do Prefeito Juarez Stein, mandou uma proposta de alteração da planta de valores na sua cidade com 200% de aumento da taxação do IPTU para os contribuintes, assim como em São Leopoldo e Rio Grande. Como V. Exa. explica essa contradição do PMDB em ser contra aqui, mas ser a favor em outros municípios?

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Eu estava falando na questão federal. Eu não envolvo o Governo do Estado nesse aspecto. Nós não podemos comparar município com município, até porque, Ver. Gerson Almeida, temos que saber a questão de Dois Irmãos. Em Dois Irmãos, nós temos que analisar os dois últimos anos, V. Exa. tem que ter esses dados, e vamos ver o que, de fato, houve de aumento. Nós, nesta Casa, votamos um aumento de 30%. Nós não podemos comparar os investimentos em Dois Irmãos com os investimentos em Porto Alegre. Mais ainda e o principal, temos que saber o que representa o IPTU em Porto Alegre e o que representa em Dois Irmãos. É a mesma coisa que, levianamente, nós compararmos o reflexo do IPTU em Porto Alegre com as Praias, onde a Praia tem, basicamente, esse recurso, diferentemente de Porto Alegre.

 

O Sr. João Carlos Maciel: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Záchia, se partirmos para essa discussão, primeiro, temos que perguntar por que o Governador do Espírito Santo abandonou o PT e foi embora. Não agüentou a pressão do PT. Segundo, por que  Porto Alegre também tem hoje, no país inteiro, a passagem mais cara? É para cobrar o asfalto que eles estão colocando.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Ver. João Carlos Maciel, todas essas colocações são importantes. Nós temos que analisar o perfil na fonte.

 

A Sra. Maria do Rosário: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu gostaria de debater com V. Exa. a questão do FEF porque o Governo do Estado do Rio Grande do Sul tem responsabilidades políticas tanto com a Lei Kandir quanto com Fundo de Estabilização Fiscal, que o Secretário defendeu veementemente. A segunda questão é que muito da população de Dois Irmãos tem vindo para Porto Alegre, justamente, pela expulsão do vale dos sapateiros.

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): O Ver. Isaac Ainhorn, o 1º Vice-Presidente desta Casa, Ver. Renato Guimarães, está presidindo a Sessão; e enquanto este Vereador presidir a Sessão, sob qualquer hipótese, será mantida a ordem no Plenário, não serão admitidas manifestações desairosas, desrespeitosas e anti-regimentais.

V. Exa. está com a palavra para concluir, Ver.  Fernando Záchia.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Agradeço, Sr. Presidente. Mas, Vera. Maria do Rosário, acho que a conotação, insisto, do reflexo do tributo em Dois Irmãos é diferente de Porto Alegre. V. Exas. sabem que em Porto Alegre existem diversas arrecadações que certamente em Dois Irmãos não existem. É importante este tributo em Dois Irmãos para os reais investimentos, diferente de Porto Alegre, onde tivemos, no final de 1996, um superávit de 12 milhões de reais. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra para discutir o PLCE nº 003/97.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Ver. Hélio Corbellini conseguiu exumar este Projeto do IPTU. Como é que nós vamos admitir aumento sobre a classe média, se a classe média não teve aumentos? Responda-me o PT! Se é a classe mais sacrificada em todo o País, com 62% de inflação desde este Plano Real, que conseguiu dar a tal estabilidade ao País. E eu digo a tal, entre aspas, porque tenho muitas restrições a ela. Como é que nós vamos permitir que, sobre a classe média, incida aumento de tributo? Respondam-me! A alta, não! Auxiliadora, Independência, Bela Vista, Mont Serrat não representam somente a classe alta. A classe alta no Brasil é muito diminuta. Nós trabalhamos com a classe média, massacrada, completamente desprestigiada e que há três anos agüenta Fernando Henrique Cardoso. À custa de uma estabilidade que se mostra ao País, tolera-se o neoliberalismo e a globalização, o que não vou discutir aqui. Vou voltar ao meu tema principal.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Renato Guimarães.)

 

V. Exa. é muito hábil, quase que me desvia do assunto. Sabe dos meus cacoetes, das minhas preferências e, habilidosamente, estava me levando para esse golfão.

Como a classe média poderá tolerar um aumento? Com que pretexto V. Exas. querem aumento para a classe média, que é a que sustenta o País? Qual é o país que sem classe média consegue ser potência? Da mesma forma, um país sem agricultura não pode se arvorar independência.

Não posso entender: carta de valores. Mas eu não quero vender a minha casa. Ela aumentou, está mais valorizada, mas não quero vendê-la! Qual o argumento que me apresentam? Não quero me desfazer da minha casa, quero ficar com ela. Não está em cogitação a sua venda.

Estou me dirigindo ao PT. Quero argumentos para um aumento. Não consigo encontrar. Como posso aumentar impostos para gente que não recebe aumento, Ver. Juarez Pinheiro? V. Exa., com muita veemência atacou o discurso do Ver. João Dib. Mas qual o argumento que V. Exa. apresenta? Que aumentos recebeu a classe média? Ela está sob uma inflação de 62% desde o Plano Real, resistindo a duras penas. Agora, vamos colocar sobre ela um aumento de IPTU? Vamos apenas tolerar a inflação.

 É a conversa primária, a conversa lógica é a conversa normal.

 

O Sr. Juarez Pinheiro: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, V. Exa. está pedindo argumentos e eu quero lhe dizer que aqueles imóveis até 3.300 UFIRs estão isentos do IPTU; que os aposentados que recebem até três salários mínimos são isentos do imposto. Quero dizer a V. Exa. que imóveis cuja planta de valores corresponde a 13.300 UFIRs ou, aproximadamente, 12.500 Reais, terão imposto igual ou menor ao que pagaram. Vou dizer a V. Exa. que imóveis não-residenciais cujo número de UFIRs seja até 3.300, não terão nenhum aumento ou vão diminuir de valores.

Quero dizer a V. Exa. que, no bairro Bela Vista, nenhum imóvel baixou de valor.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: E sobre a classe média que não teve nenhum reajuste de salário? Como se vai tributar um exagero de IPTU? A classe média vai pagar. O metro quadrado na rua Pedro Ivo custa 360. Veja V. Exa. que nenhum argumento apareceu para que a classe média se livre de toda essa fúria. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Tereza Franco se inscreve e cede o tempo à Vera. Sônia Santos que cede ao Ver. Luiz Braz.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Ver. Juarez Pinheiro ou o Ver. Renato Guimarães citou o imposto de Canoas, dizendo que lá está havendo uma majoração do IPTU. Gostaria de fazer uma comparação, pois o IPTU de Canoas representa, neste ano, a arrecadação do Município, 0,9% da arrecadação. Esse imposto estava mal-quantificado, ele precisava receber uma reformulação. O Imposto Predial Territorial Urbano, em Porto Alegre, representa já, neste momento, Ver. Pedro Américo Leal, perto de 14% do total da receita do Município. O IPTU, que representa quase 14%, é o IPTU mais caro da história de Porto Alegre. Eu sei que alguns Vereadores da situação dizem que, no Governo do Ver. João Dib, quando Prefeito, esse IPTU chegou a ser até 20%, só que a receita do Município era muito menor, Ver. Pedro Américo Leal, porque temos que ver que a receita do Município cresceu com a Constituição de 1988. É por isso que a Administração Petista conseguiu fazer obras que outros governos não conseguiram fazer, porque a Constituição de 1988 trouxe um retorno maior de ICMS, trouxe para o Município o ITBI, que não era do Município; trouxe o imposto sobre combustível, encheu o Município de dinheiro. É por isso que as grandes capitais repetiram os seus Prefeitos, praticamente, quase todas as grandes capitais. Eles ficaram famosos porque, de repente, começaram a fazer obras, aconteceu com o Maluf, em São Paulo e com o Celso Pitta; aconteceu lá no Rio de Janeiro, aconteceram nas grandes capitais, aconteceu aqui em Porto Alegre, é o fenômeno chamado Orçamento Participativo. Eles dizem: "Olha, agora, com o Orçamento Participativo, se faz". Faz uma ova! Não se faz nada, se faz porque há dinheiro a mais no Município, se faz porque a Constituição de 1988 foi uma Constituição municipalista que trouxe dinheiro para o Município. Agora, o IPTU é alto, é elevado, representa 14% na receita do Município. Eu quero fazer uma justiça ao Ver. Hélio Corbellini, eu tenho um relacionamento muito bom com esse Vereador. O Ver. Hélio me fez uma observação que concordo e, por isso, vou repeti-la aqui da tribuna. Ele não fez esse Projeto a quatro mãos, tinha dito na minha primeira intervenção, fazendo uma injustiça ao Ver. Hélio Corbellini. O Ver. Hélio Corbellini fez o Projeto a quatro mãos. Não. Eu disse isso mais como força de expressão na primeira vez que ocupei esta tribuna, porque sei exatamente da honestidade de V. Exa., quando apresenta a sua idéia a este Plenário. Somente somos contrários à idéia que V. Exa. apresenta, pelo menos no que tange ao aumento do IPTU.

Mas vejam que o Projeto original, este Projeto que é do Governo e que eu acho que é um Projeto bom; eu estou defendendo aqui o Projeto do Governo, que é o Projeto de Crédito Tributário, que não aumenta tributos, mas que faz compensação de tributos. Esse Projeto diz o seguinte no seu artigo 1º: "Altera o inciso 2º do parágrafo 9º, do artigo 5º da Lei Complementar nº 7, de 07 de dezembro de 73, com redação dada pela Lei Complementar nº 285". E aí faz uma série de compensações. O Substitutivo fala em Planta de Valores. Ora, como é que um Substitutivo falando em Planta de Valores, pode ser colocado para tratar de um assunto que fala sobre crédito tributário? Está completamente equivocado. Eu não sei  como é que passou pela assessoria desta Casa a possibilidade de se colocar esse Substitutivo ao Projeto de Lei. Acho inadequado, mas, em todo o caso, já que está aí, vamos votá-lo. E vamos negar o Substitutivo para que possamos aprovar o Projeto, que é um Projeto de boa qualidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Pedro Américo Leal.)

 

O SR. PRESIDENTE: Eu peço desculpas ao Ver. Luiz Braz, porque entendi que ele estava se retirando da tribuna em respeito aos cinco minutos.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Só estou ouvindo o Ver. Pedro Américo Leal, no seu aparte.

 

O SR. PRESIDENTE: Não é possível Ver. Luiz Braz. Há o tempo regimental.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para discutir o PLCE nº 003/97.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Bastaria tão-somente um argumento para se votar contrariamente a um Substitutivo que aumenta o IPTU acima da inflação na Cidade de Porto Alegre: é o argumento trazido pelo Ver. Pedro Américo Leal a este Plenário. Tão-somente este argumento: a classe média, empobrecida e sacrificada, está pagando toda essa conta; a exemplo dos funcionários públicos federais de todos os Ministérios, da Receita Federal, do Departamento Nacional de Estradas e Rodagens e de todos os órgãos federais; da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - que há  mais de mil dias não tem reajuste em seus vencimentos, sequer a inflação -, e hoje se pretende aumentar o IPTU na Capital do Estado do Rio Grande do Sul acima da inflação! Isso não é possível! Bastaria esse argumento, nada mais precisaria ser dito. Argumento esse, em consonância com o pensamento sustentado pela valente e combativa Bancada do PT, na Câmara Federal, que lutou contra o aumento do Imposto de Renda na fonte, que começa a recair sobre as pessoas físicas, agora, neste momento.

 

O Ver. Renato Guimarães: A classe média não existe em Cachoeirinha, Vereador?

 

O SR. ISAAC AINHORN: A classe média, Ver. Renato Guimarães, é uma expressão muito significativa, formadora de opinião e é a que dá muita sustentação democraticamente ao partido de V. Exa. - o PT.

Trago, aqui, a manifestação que recebi - e todos os Vereadores de Porto Alegre receberam - nesta manhã, do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e similares em Porto Alegre: (Lê.) "Ao cumprimentá-lo cordialmente, gostaríamos de colocar a nossa posição, com relação à discussão da proposta para os novos valores do IPTU  a ser votado hoje por essa Casa. É sabido que Porto Alegre é uma cidade onde se destaca o comércio e a prestação de serviços, composto, na sua grande maioria, de pequenas e microempresas, com destaque para a nossa categoria: mais ou menos, 90% são pequenas e microempresas; estando 95% dessas instaladas em imóveis alugados. Sendo que o referido imposto é pago, não pelos proprietários, e, sim, pelos locatários. Com base nesses dados, gostaríamos  que, nos valores a serem definidos para o IPTU de 98 fosse considerada essa realidade, para que nossa categoria não seja obrigada a pagar mais um pesado tributo, entre tantos já existentes."

Vejam V. Exas, que, somente aqui, são 15 mil estabelecimentos na Cidade de Porto Alegre, entre churrascarias, lancherias, restaurantes e bares. Aqueles em que todos os Vereadores se dirigem, em período eleitoral, para pedir os votos, são esses que estão sendo penalizados. Por exemplo, o inquilino de um terreno, com estabelecimento localizado na esquina da Rua Cel. Bordini com a Trav. Angustura, esse terreno tem um potencial extraordinário de índice construtivo e, por isso, esse estabelecimento vai ter aumentado o ônus de pagar um IPTU, que já é perverso neste momento, e que tornará inviável o seu negócio com o aumento de 17% do IPTU para o próximo ano. E não é somente para o próximo ano que estamos votando, estamos votando o aumento do IPTU, consoante Substitutivo, para o ano de 1999. Não precisará mais o Prefeito vir à Câmara Municipal pedir aumento do IPTU acima da inflação, porque ele já estará dispondo dos mecanismos e dos instrumentos durante todo seu mandato.

Vejam que o aumento médio dos materiais de construção, de 1996 para 1997, em relação às construções, para fins de IPTU, aumentou em média 50,34%. Então, eu pergunto: os materiais de construção - telheiros, cimento, etc. -, nesse mesmo período, aumentaram 50,34%? Esses são argumentos que inviabilizam o aumento do IPTU. Nós compreendemos os problemas da Cidade de Porto Alegre, os problemas das leis federais que tiraram recursos do Município de Porto Alegre, mas nem por isso vamos sacrificar a população de nossa Cidade para vir a pagar aquilo que o Governo Fernando Henrique retirou do nosso Governo Municipal e de todos outros governos municipais que compõem o universo da federação brasileira.

O Prefeito insiste em dizer que não há aumento. Há aumento, sim, acima da inflação. E dizer que outras cidades estão aumentando não é argumento que possa prosperar. Eu tenho aqui inúmeros casos. Examinei profundamente a Planta de Valores, ela aumenta, em média, mais de 100%, em cima de uma Planta de Valores de 1992, ilegal, completamente ilegal, que está sendo discutida no Supremo Tribunal Federal. Quando o Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, declarou que a planta de valores de 92 era ilegal, o que aconteceu? O Prefeito Tarso Genro disse assim: " Eu vou recorrer até a ONU para impedir aplicação dessa decisão." Ela está, hoje, no Supremo Tribunal Federal, procrastinando a execução da medida judicial. Eu desafio o Vereador a dizer se é verdade ou não. Dou o nome das partes! O autor da ação é o advogado, em causa própria, Peter Walter Ashtow contra o Município de Porto Alegre. Essa sentença já foi vitoriosa em todas as instâncias e encontra-se em fase final no Supremo Tribunal Federal. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Eu gostaria de solicitar aos Vereadores que respeitassem  o tempo da tribuna.

 

O SR. PRESIDENTE: Nós, enquanto no exercício da Presidência, procuramos, de todas as maneiras, alertar os Srs. Vereadores que estão na tribuna para que obedeçam ao horário regimental.

O Ver. João Motta está com a palavra para discutir o PLCE nº 003/97.

 

O SR. JOÃO MOTTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Eu tenho procurado ter uma certa cautela para debater alguns assuntos da Câmara de Porto Alegre. Entretanto, ouvi o rol de argumentações aqui suscitadas sobre o tema e, em nome de todos aqueles cidadãos que estão preocupados com a discussão, mas também em nome e até em reconhecimento do esforço que todos aqueles cidadãos deste Estado estão desenvolvendo à testa dos executivos locais, vale a pena somar aos argumentos aqui colocados um pouco da reflexão real que os municípios hoje estão obrigados a fazer por duas determinações: a primeira delas é o chamado processo da globalização econômica que atingiu o nosso País e que, em decorrência disso, trouxe como conseqüência imediata a mudança na federalização, ou seja, a questão dos recursos públicos, a  partir desse processo, ele hoje acontece sobre um outro tipo de relação e de realidade, ou seja, ao mesmo tempo em que se transferem as demandas econômicas e sociais para os municípios, federalizam-se os recursos públicos. Essa é, Ver. Pedro Américo Leal, a síntese que os cientistas sociais estão fazendo sobre a chamada federalização brasileira. Estou aqui fazendo essa reflexão, tendo como referência o documento que foi subscrito pela Câmara Municipal de Porto Alegre no 4º Encontro das Mesas Diretoras de Câmaras Municipais da Região Metropolitana que, recentemente, se somou a FAMURS, que é a Federação dos Municípios do Estado, e desencadeou  aqui na Região Metropolitana esse movimento, em frente a esse quadro, ou seja, há uma federalização dos recursos públicos em detrimento de uma municipalização dos serviços públicos. Vamos ver o que diz esse documento e qual é a realidade. Esse processo trouxe aqui para Porto Alegre, em 1997, uma perda de receita, somando  prorrogação do  FEF, Lei Kandir, extinção do IVVC, mudança do FUNDOPEN e salário-educação para o Município de Porto Alegre, uma redução de receita de trinta e um milhões, seiscentos e oitenta e oito mil, setecentos e trinta reais. Essa receita foi tirada dos cofres do Município de Porto Alegre, através desse Processo da Federalização dos recursos públicos. Retiraram do Município de Porto Alegre a responsabilidade em termos de prestação de serviços? Ao contrário, aumentaram. Na Região Metropolitana são cem milhões, duzentos e cinqüenta e seis mil, duzentos e oitenta e cinco reais a menos em todas as vinte e três prefeituras no Estado do Rio Grande do Sul. Vou citar o dado do Prefeito Klasmann, do PMDB, Presidente da FAMURS: ele estima que se reduziram  dos municípios, em 1997, trezentos e cinqüenta milhões. Conforme dado do Secretário da Fazenda do Estado, Sr. César  Busatto, o Estado do Rio Grande do Sul perdeu, com essa brincadeira setecentos milhões. Então, Ver. Isaac Ainhorn, se V. Exa. não está preocupado com isso, se os Vereadores do PTB, que fazem parte do Governo em Canoas e que aumentaram o IPTU por essas razões (Aparte inaudível da Vera. Sônia Santos.) - não foi demagogia do Prefeito, Vera. Sônia, nem foi um ato de vandalismo financeiro do Prefeito, foi essa situação financeira que fez com que o Prefeito encaminhasse um Projeto à Câmara, readequando o valor da cobrança daquele imposto no município -. Se os Vereadores, em particular, o Ver. João Dib, consegue essa mágica de vir aqui, neste momento, fazer a discussão sobre esse Projeto, sem levar em conta esse contexto, confesso que estou reconhecendo V. Exas. como grandes mágicos, porque não consigo fazer esse exercício. Basta pensar na situação econômica de Porto Alegre e atravessar a ponte do Rio Guaíba que vamos verificar que a situação de todas as cidades do interior do Estado é a que estamos abordando. É dentro desse cenário que estamos discutindo o valor do IPTU em Porto Alegre. E todos os Vereadores que são Governo em outros municípios têm obrigação de se posicionar diante desse contexto, porque se não, Ver. João Dib, fica muito fácil vir aqui e bater contra o aumento do IPTU, mas na hora em que tem de assumir o ônus de ser Governo, falta esse tipo de responsabilidade que temos o direito de cobrar do conjunto dos Vereadores da Câmara Municipal de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir o PLCE nº 033/97.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, há nove anos, mesmo não sendo Vereador, acompanho a fúria tributária da Administração Petista, pensei que essa fúria já havia se acalmado, mas vejo que continua e ainda está-se alastrando. Dou o exemplo de Gravataí, onde o PT está aumentando todos os impostos, desde o IPTU, passando pelo ITBI, por todas as taxas e serviços e chegando ao ápice do ISSQN. Se alguém quiser, eu tenho a cópia do Projeto de Gravataí.

Vejam, senhoras e senhores, justamente quando o Estado está realizando imenso esforço para desenvolver o nosso Rio Grande, especialmente o Município de Gravataí, a Administração Petista entra na contramão, Ver. Pedro Américo Leal, e, com uma espoliação tributária, tenta impedir o desenvolvimento.

Até parece que ao PT não interessa o desenvolvimento, o crescimento social, o crescimento econômico. Um tempo atrás, propuseram-me, e eu proponho aos senhores e senhoras a seguinte reflexão: se o PT se autodenomina o partido dos excluídos e se o desenvolvimento econômico e social acabar com os excluídos, o que irá acontecer com esse Partido? A dedução é óbvia. O Partido vai acabar. E para evitar isso é que não interessa que os excluídos se tornem incluídos, que os "sem" se tornem "com". Isso nós vemos na Administração do PT.

Mas, senhoras e senhores, com imensa tristeza recebi, ontem, uma carta do Conselho do Orçamento Participativo - alguns dos seus integrantes aqui estão presentes. Esse Orçamento se autodenomina "foro democrático de representação direta da comunidade". Pois, pasmem, senhoras e senhores: essa sociedade que o Conselho do Orçamento Participativo diz representar quer, deseja e insiste em pagar mais impostos. Sinceramente, eu nunca vi alguém, de sã consciência, dizer: "Eu quero pagar mais impostos." Não se dão conta de que esse imposto está embutido em tudo, em todos os custos da sociedade, em todos os custos de serviços. Ele está embutido na passagem de ônibus, porque o IPTU incide sobre os prédios das garagens e sedes das empresas de ônibus; está embutido nos aluguéis; está embutido no preço da alimentação, em tudo. E quem mais paga imposto, proporcionalmente, são os que menos percebem mensalmente. Isso é lamentável!

Dizer que os recursos para as obras vão diminuir é uma grande inverdade. Nós votamos, nesta Câmara, financiamentos - para os quais a nossa Bancada pediu urgência - para a construção das obras que a Administração petista deve para o Orçamento Participativo.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Eliseu Sabino é o próximo inscrito e cede o seu tempo ao Ver. João Carlos Nedel. V. Exa., Vereador João Carlos Nedel,  tem mais cinco minutos.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Eu estava dizendo que nós votamos, nesta Câmara, o financiamento para a Prefeitura realizar as obras que deve ao Orçamento Participativo. O Prefeito, por sua vez, no Diário Oficial de ontem, retira verbas de obras prioritárias para Porto Alegre, que o Orçamento Participativo está a exigir: retira obras de investimento em regime de execução especial da Perimetral, retira verbas da reconstrução de vias deterioradas, de vias estruturais, do Centro 24 horas, retira verbas da educação, da manutenção de escolas infantis. É por isso, Sr. José Valdir, que a Prefeitura quer acabar com o berçário da Vila Nossa Senhora da Conceição por falta de verbas que hoje retira do Gabinete do Prefeito. Retira um milhão de reais para a manutenção de escolas infantis; retira mais da manutenção do ensino fundamental e médio; e retira, ainda, das obras do DEMHAB de construção de moradias populares. Retira 1.892.350.000. Dinheiro não falta. Há verbas orçamentárias, só não são executadas. Recursos para obras se obtém, também, arrecadando-se mais de forma indireta, atraindo empresas para Porto Alegre, que pagarão mais impostos e que irão gerar empregos que, por sua vez, vão possibilitar maior consumo e mais impostos.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, na mesma linha de raciocínio de V. Exa. eu alinho dois argumentos. Primeiro: há uma poderosa fonte de receita municipal que é a venda de índices construtivos. A Prefeitura há seis meses não coloca à disposição do público a venda de índices construtivos, que daria esse valor pretendido ou mais, e, no entanto, está permitindo uma especulação em torno de índices construtivos, que estão chegando ao mercado com valores dez vezes maior do que aqueles preços praticados pelo Executivo. De outro lado, pergunto: quanto é a dívida ativa e qual é a estrutura administrativa que a Secretaria da Fazenda está fazendo para viabilizar a cobrança dessa dívida ativa que, só em matéria de IPTU, chega a 50 milhões de reais? Qual é o movimento e o impulso no sentido de cobrar 92, 93, 94 e 95, que já estão em dívida ativa?

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre Ver. Isaac Ainhorn, também se arrecada mais incentivando o turismo. Uma forma antiga de se evitar aumento de impostos é justamente a redução de despesas, mas a Prefeitura não pensa nisso, porque só em propaganda está gastando 3 milhões de reais com "Cidade Viva" na televisão. Mas a Prefeitura também aumenta gastos com pessoal, de 16 mil funcionários que recebeu, atinge, hoje, 25 mil funcionários públicos. Aumentaram também os CCs e os estagiários. Essa Administração recebeu, no ano passado, antecipado, 33% acima da inflação, os recursos para as obras. Por isso, Senhoras e Senhores, Porto Alegre não merece ser massacrada por essa fúria tributária do PT. E os Vereadores são responsáveis e não irão aprovar esse aumento abusivo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver José Valdir está com a palavra para discutir o PLCE nº 003/97.

 

O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. A meu ver, alguns Vereadores de oposição na tribuna cometem quatro erros na análise desse assunto. O primeiro, é classificar simplesmente como um aumento e omitir o fato de que se trata da atualização de uma Planta de Valores relativamente ao mercado e que hoje está devassado em 35%. O segundo, é trabalhar é como se essa atualização, que eles chamam de aumento, fosse para toda a população, o que é também uma falsificação, porque 60% dos imóveis terão apenas a reposição da inflação, como já teriam, independentemente desse Projeto. A terceira falsificação é dar uma dimensão de exorbitância, quanto ao tamanho desse aumento, já que omitindo que imóveis de até 12.116 estão sem majoração, a não ser aquela que teria normalmente. Os demais, se residenciais, chegam a 6,5%, pelo Substitutivo, ou industriais e comerciais a 10%. Portanto, não é aquela exorbitância que tentam passar para a população. A quarta falsificação é omitir do debate as razões de por que se está apresentando este Projeto, como se Porto Alegre fosse uma situação isolada, como se fosse uma iniciativa isolada do PT e da Administração, como se todos os municípios hoje não tivessem tomando essa iniciativa e, aí, sim, alguns com Projetos que levam até à exorbitância. Por quê? Porque é um quadro omitido neste debate, que é a perda dos municípios. Está aí a grita geral, e não vou repetir os dados  que já foram colocados aqui por Vereadores da nossa Bancada, todos os municípios, de todos os partidos, estão em uma situação muito complicada. E, aí, eu quero divergir do Ver. Isaac Ainhorn, que vem  a esta tribuna dizer que, depois da Constituição de 88, os municípios estão nadando em dinheiro, porque receberam novos impostos. Esses municípios receberam novos impostos exatamente para custear os novos encargos. Uma outra questão que eu gostaria de abordar aqui é que, de fato, a não aprovação desse Projeto trará sérios problemas, agravará o problema das obras da periferia. Então, quando vêm Vereadores aqui preocupados com a classe média, eu entendo, e até me solidarizo. Agora, eu estou preocupado com a periferia desta Cidade, com as vilas, que precisam resolver problemas históricos, que só recentemente estão sendo resolvidos, e que, com a ausência desses recursos, não vão ter como resolver, e os Vereadores vêm com subterfúgios, e um deles é fazer uma comparação com o imposto de renda, que é um imposto efetivamente sobre renda, com o IPTU, que é um imposto sobre o valor de uma propriedade que foi valorizada. Não dá para fazer esse comparativo porque imposto de renda é uma renda que está defasada para a maioria, a classe média, a classe baixa nem se fala. Agora, esse imposto não é sobre a renda das pessoas, é sobre os imóveis que são valorizados ou não. Se a lógica é válida, nós temos que acabar com o IPTU. Temos que fazer uma pesquisa de quem pode e quem não pode pagar, e vamos constatar que a maioria do povo brasileiro, com o neoliberalismo, está desempregado, está numa crise e, aí, não tem que ter imposto nenhum, aí não tem que pagar IPTU. Quem sabe também vamos abolir o telefone e abolir todas as taxas, porque não temos como pagar. Eu respondo a pergunta do Ver. Pedro Américo Leal desta forma: esse imposto é sobre a propriedade. Quanto à questão do Ver. João Carlos Nedel, eu não sei se V. Exa. está preocupado em acabar com o PT ou com a exclusão social. Eu acho que V. Exa. está mais preocupado em acabar com o PT. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir o PLCE nº 03/97.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu prefiro examinar a matéria sob outro enfoque. Se nós examinarmos o comportamento tributário brasileiro, nos diferentes municípios, nós vamos localizar uma variedade imensa de valores que  representam este tipo de receita. Temos reajustes na ordem de 100 e 200%. Tramandaí, por exemplo, reduziu o Imposto Predial e Territorial Urbano. Se lá estava alto ou não, é uma discussão que não cabe. Colocando desta forma, eu prefiro examinar aspectos externos, a própria  natureza do tributo, para me colocar diante da crise. O que vivemos hoje é culpa da Prefeitura? Absolutamente não! Nós vivemos uma profunda crise, uma crise de tal ordem em que a maioria das categorias trabalhadoras sequer tiveram reajustada a inflação. O Ver. Pedro Américo Leal diz que é verdade, e eu cito os militares, por exemplo, sem falar em outras categorias.

O que faz o Município de Porto Alegre em termos de salários dos seus funcionários? De um tempo até esta data vem reajustando sim, na razão direta da inflação; não houve crescimento real dos salários do funcionalismo. A capacidade de desembolso da população está esgotada, mas é culpa do Município de Porto Alegre, da Prefeitura? Absolutamente, não. É culpa de todo esse sistema econômico, é culpa desse Projeto que nós condenamos, desse projeto neoliberal, concentrador de renda.

É esse o enfoque que temos que encarar. Dispõe a população, minimamente que seja, para um reajuste acima da inflação? É simples de responder: a população está sem capacidade de desembolso para enfrentar despesas.

Eu acompanhei, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, todo esse itinerário ligado ao Imposto Predial e Territorial Urbano, - falo em itinerário em homenagem aos permissionários do transporte de lotação da nossa Cidade que estão aqui, desde ontem, tensos e preocupados com as modificações que se pretende em Projeto encaminhado pelo Executivo, - mas, eu acompanhei o itinerário e tive a oportunidade de dar dois pareceres, que, até certo ponto, direcionaram o itinerário do próprio IPTU. Num primeiro momento, demos um parecer na questão das Emendas, uma vez encerrada a discussão da matéria, nós demos um parecer entendendo contrariamente, ato contínuo, dias depois o Prefeito Municipal retira o Projeto. Posteriormente, ingressa um Substitutivo, de autoria do Ver. Hélio Corbellini, e tivemos a oportunidade de dar outro Parecer examinando. É possível examinar e votar o IPTU após 15 de dezembro? Sim. É possível.

No decurso do debate talvez eu consiga o tempo para colocar o meu pensamento e dizer que tenho posição contrária ao Substitutivo do Ver. Hélio Corbellini. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Maria do Rosário está com a palavra para discutir o PLCE nº 003/97.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Senhor Presidente e Srs. Vereadores. Por que esta questão foi tão polêmica e está sendo tão polêmica na Câmara Municipal de Porto Alegre? Porque ela iniciou a ser tratada justamente a partir do prisma de se fazer oposição à Administração Popular de Porto Alegre. Ela foi "ideologizada", foi trabalhada nos caminhos da oposição, trabalhada a partir dos interesses políticos já pautados na eleição de 1998. E é essa disputa política que aqui desenvolvemos.

É lamentável que Porto Alegre perca, se perdermos na votação desse Projeto. Faço esse registro porque Porto Alegre, assim como todos os outros municípios, termina o ano de 1997 com muito empenho no plano da sua administração, gestão pública, mas é certo que, também, roubada - e não tenho nenhum problema em dizer esta palavra - pela administração federal e pela administração estadual. Não tenho dúvidas. Os municípios não têm sido chamados a nenhum debate acerca dos recursos que eles perdem todos os dias por conta da fúria, de concentração, de poder e de recursos no âmbito do Governo Federal e Governo do Estado. Irresponsabilidade compartilhada existe do Governo do Estado e Federal, na medida em que a Lei Kandir, o Fundo de Estabilização Fiscal, o FUNDOPEN, a modificação das regras de regulamentação do ICMS, e a cada nova distinção determinada pelo Governo do Estado a essa ou àquela empresa grande sempre, multinacional na maioria das vezes, veio, em efeito cascata, penalizar os municípios. Porto Alegre, neste ano, perdeu cerca de 31 milhões de reais, e contra isso muitos dos Vereadores que aqui vêm cobrar a questão do IPTU não se posicionaram, não se colocaram. E estamos cobrando que é preciso trazer recursos para a Cidade, para que não percamos a referência principal, que não é a de eleição de 98 para nós que somos Vereadores, mas que é fundamentalmente a da Pauta do que é melhor para a Cidade. Cada um de nós tem que assumir a responsabilidade de votar o que considera e o que é melhora para a Cidade.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exa. me permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exa. sabe da minha posição quanto ao Governo Federal. Esse pacote fiscal é uma prova disso, quando deixaram o Imposto Sobre Grandes Fortunas de fora, e foram decidir sobre a alíquota da classe média. Tudo está resumido aí. Quero apenas lembrar a V. Exa. que essa é mesma classe média que está sendo agora vítima do aumento do IPTU.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO:  Quando a Cidade tem investimentos - e aqui estão os conselheiros do Orçamento Participativo - em qualquer lugar da Cidade, na comunidade mais distante do Centro, assim como a Região Central, quando aquela população esquecida historicamente por administrações anteriores às administrações populares têm conquistas e leva a conquista para as suas comunidades, eu avalio que a Cidade ganha. Toda a população da Cidade ganha quando temos mais creches, quando a pavimentação e a infra-estrutura se estende por todos os cantos da Cidade, porque isso é segurança, é atendimento, são direitos humanos. Moradia popular é fundamental, e a classe média da nossa Cidade está interessada, também, não somente de forma egoísta na melhoria que possa ter na porta da sua casa, mas está interessada em compartilhar as melhorias na Cidade até porque, historicamente, muito já obteve.

Nós somos responsáveis pelos investimentos em Porto Alegre, tanto quanto o Executivo, e o Ver. João Nedel trouxe meias-verdades sobre a questão das subvenções e modificações no orçamento do Município. Todas são para pagamento de pessoal, e Vossa Excelência não está contra o pessoal, tenho certeza. Então, que Vossa Excelência trouxesse o conjunto das verdades sobre a modificação dos recursos das diferentes rubricas. Muito obrigada.

(Não revisto pela oradora.)  

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir o PLCE nº 003/97.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, pior do que a mentira é a meia-verdade e algumas têm sido ditas aqui. Uma delas, por exemplo, é de que o IPTU de 95 e 96, em Porto Alegre, aumentou 33% em cada ano. É a meia-verdade, porque esquece de dizer que no ano de 1994 o IPTU desta Cidade foi reajustado em 75% da inflação, portanto, 25% abaixo da inflação e essa diferença foi recuperada em duas parcelas de 12,5%. É preciso dizer toda a verdade, caso contrário, estaremos mentindo para a população. Foi dito pelo Ver. Nedel que o Prefeito estava tirando dezesseis milhões de várias obras. Perguntei para onde estaria indo esse dinheiro. O Ver. Nedel disse que estaria indo para o gabinete do Prefeito. É um quinto da verdade. Está indo para o gabinete do Prefeito cento e cinqüenta e dois mil e, mesmo assim, é para pessoal. Um quinto de verdade é pior do que uma grande mentira. Foi aqui dito pelo Ver. Maciel que temos a passagem de ônibus mais cara do Brasil, talvez, por ser esta a primeira vez que assume a Vereança. Isso não é verdade e a nossa qualidade de transporte deve ser a melhor do Brasil, com certeza.

Como se financia uma cidade? De onde vem os recursos de uma cidade? Vêm dos impostos do município e vêm de repasses do Estado e da União, e esses repasses do Estado e da União, por causa da aplicação da Lei Kandir, do FEF, retirou da cidade de Porto Alegre em 97, 31 milhões de reais. É verdade, ou não? Esta é a verdade. Ver. Pedro Américo Leal, retirando-se isso de Porto Alegre como é que vamos manter a qualidade dos serviços? Como é que vamos manter as obras necessárias, principalmente, na periferia da cidade? Essa é a questão. E quem é que tem que contribuir? Quem pode ainda, mesmo em uma situação difícil, que nós reconhecemos, contribuir e por que será que dos 18 municípios que consultamos da Região Metropolitana, 15 encaminharam para as suas respectivas Câmaras de Vereadores modificação de Planta de Valores, modificação do IPTU? Porque todos esses Prefeitos, independente de Partido, sofreram na carne a redução de sua arrecadação, tendo que manter as obras para a sua população, tendo que manter a qualidade dos seus serviços. Como é que nós fazemos, Ver. Pedro Américo Leal? É a classe média que ainda pode contribuir. E ao autorizar a Planta de Valores, que, aí, sim, a planta sozinha, teria aumento de 3 vezes, que se coloca limites máximos, nesse momento, nos substitutivos de 6,5% de máximo para residências e 10% para o comércio. Em quantas cidades aumentou em 300%, aumentou em 4 vezes o valor do imposto, e aí não vale o argumento que o IPTU significava apenas 0,79%. Ora, se é assim, esse imposto poderia ser deixado de lado. O Prefeito Lagranha, que já foi Prefeito, por que não atualizou o valor do IPTU? E se é tão baixo porque é dividido por 4, na média, o imposto? Essa é a pergunta, e esse é o drama que a População de Porto Alegre deve reconhecer. Como é que vamos manter a qualidade dos nossos serviços? Como é que vamos melhorar a qualidade de vida para a população de Porto Alegre? Eu tenho certeza de que a classe média desta Cidade, que ainda pode pagar essas pequenas diferenças de 3, 5 reais por ano, ela se dispõe a pagar porque ela sabe, também, que esse imposto volta, necessariamente em obras porque é necessário qualificar a qualidade de vida da nossa população. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

  

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Hélio Corbellini está com a palavra para discutir o PLCE nº 003/97.

 

O SR. HÉLIO CORBELLINI: Sr. Presidente, Sras. e Srs. Vereadores, meu prezado amigo Coronel, meu prezado amigo João Dib; eu quero lembrar a esta Casa o que eu falei no dia em que, junto com a oposição, fui também um dos artífices da derrota do Projeto que vinha do Executivo.

Eu disse, naquela ocasião, e por isso posso dizer hoje também, que o papel do Vereador, o papel de um homem público é, antes de mais nada, defender o interesse público. E defender o interesse público significa duas coisas: defender a capacidade contributiva do cidadão e garantir ao Executivo, seja de que partido for, a parcela de investimentos. Disse também que uma das coisas de que mais lamento no Brasil é de que todos os partidos - o PT, meu próprio Partido, o PSB, PMDB, PDT, PTB, PPB, PFL, não sei se esqueci algum - todos eles resolvem seus problemas de orçamento com aumento de tributo. Isso é lamentável porque nós estamos num tempo em que isso deve ser mediado com medidas de geração de renda e geração de emprego. Isso nós dissemos no primeiro discurso que fizemos. Por que será que o Ver. Hélio Corbellini apresentou esse Substitutivo? Nós nos atiramos de cabeça no Projeto e achamos que com o Substitutivo - tenho certeza de que todos os Vereadores o leram - resolvemos a grande parte das questões que eram criticadas naquele Executivo. Limpamos o Projeto, deixamos explícito o que estava implícito, congelamos a Planta de Valores, apesar de reavaliá-la - todos concordaram que ela estava abaixo do valor -, concedemos incentivos, aumentamos as faixas de proteção para a classe média.

Afinal, quanto paga a classe média? Eis a grande pergunta. Vou tentar responder. Quero dizer a V. Exas. que, com segurança, esse Substitutivo permite que 97% dos cidadãos proprietários tenham um aumento máximo de cinco reais por mês, sendo que na divisão fiscal três, que é onde realmente mora a classe média, a classe trabalhadora, que paga, o aumento será no máximo, pago em prestações, anual, de dois reais e cinqüenta centavos. Esses são os dados.

Falo tanto ao PT quanto à oposição, porque nós sempre nesta Casa mantemos a nossa posição muito distinta da posição do Partido dos Trabalhadores, assim como mantemos uma posição absolutamente distinta da oposição, sempre votando em cima daquilo em que acreditamos, naquilo em que achamos que é o melhor para esta Cidade.

Esse é o aumento que vai acontecer. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gerson Almeida está com a palavra para discutir o PLCE nº 003/97.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Em  primeiro lugar, eu quero, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, fazer um registro público sobre a seriedade com que o Partido Socialista Brasileiro debateu este Projeto e este tema com o nosso Partido e com o Governo, particularmente, ao Ver. Hélio Corbellini que é um signatário e o principal construtor deste Projeto e do Substitutivo. 

A nossa Administração, ao longo de quase duas dezenas de discursos, foi condenada e criticada com vários argumentos. O argumento que mais prevaleceu foi uma crítica que, para nós, é motivo de orgulho, faz com que todos os políticos do Partido dos Trabalhadores, Vereadores ou não Vereadores, militantes dentro ou fora do Parlamento, militantes  no movimento social,  tenhamos orgulho de pertencermos a essa  proposta política representada pelo PT, que é o de administrar, nas várias Prefeituras que estamos a frente, com austeridade, seriedade e com o profundo zelo por aquilo que representa os recursos públicos. Entendemos que os recursos públicos não são propriedades do Prefeito, dos Vereadores, dos Secretários, mas são recursos que o conjunto da sociedade aufere para que retorne a ela como qualidade de vida. É essa a principal crítica que tem sido feita à Administração Pública. Alguns Vereadores dizem, terçando espadas, de que houve superávit, de que não há déficit na Administração Pública, logo, isso não é saber administrar, porque aprenderam em manuais surrados de Administração, na época em que entre Estado e sociedade havia forças intransponíveis, os homens e as mulheres que controlavam o Estado eram imunes a qualquer crítica e discussão, de que o importante é ter déficit. Para nós,  felizmente, o nosso Partido se construiu para mostrar que há outras lições, outras aulas e universidades, que a política na relação com a comunidade, em cada bairro, em cada vila, com todos os segmentos sociais, é a escola que melhor organiza e administra uma cidade. A discussão que nós estamos fazendo hoje é de uma importância fantástica para a organização das cidades, não estamos apenas discutindo se vamos aprovar ou derrotar um Projeto. A rigor esta discussão é de como vamos organizar as cidades de forma  que elas sejam um lugar adequado para que a população, para que o ser humano possa viver com mais qualidade de vida. Para nós, política não é um exercício de faz de conta, de discursos vazios que aqui dizem uma coisa e em Canoas fazem outra, que aqui dizem  uma coisa e em Novo Hamburgo  fazem outra, não. Para nós, a política é, nada mais, nada menos, do que um processo coletivo de transformação da vida atual para uma vida melhor, crescentemente melhor, sempre melhor para os cidadãos, para os seres humanos. Afinal de contas, se a política não tem como sujeito e objeto o ser humano, ela não serve para nada, nós mais uma vez, demonstramos as diferenças, Ver.  João Dib, com várias propostas políticas, porque o centro da administração não é o mercado, não é o setor econômico, o centro, o sujeito e objeto da nossa política é o cidadão, o ser humano. Nós temos que discutir, sim, ninguém gosta de pagar imposto, especialmente imposto que não sabe para onde vai, impostos sobre os quais há controle social  não só sobre a sua receita, mas sobre sua aplicação, onde vai ser aplicado, como vai ser aplicado, para onde vai ser aplicado.

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Helena Bonumá inscreve-se e cede o seu tempo a V. Exa., Ver. Gerson Almeida.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Obrigado. A questão é saber sobre isso, sobre impostos em que a sociedade administra, organiza e decide o que vai fazer. Aí, os impostos servem para o bem estar social, servem para universalizar e socializar o acesso aos serviços públicos, aos serviços básicos, servem para ampliar a qualidade de vida média da Cidade. Há também uma diferença fundamental entre o nosso Projeto de setores populares e os demais, porque os impostos não são para engordar as receitas das grandes multinacionais do mundo, como General Motors e Ford, que vão levar 108 milhões de Reais no quinto ano, 94 milhões de Reais e por aí vai, de impostos de todos nós para o seu bem-estar social. Nós queremos mais impostos, sim, comedidamente.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exa. não devia espicaçar as oposições dessa maneira, porque esses impostos caídos no baú do Orçamento Participativo metem medo.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Agradeço o aparte de V. Exa. Mas, quero responder a uma outra questão. A realização de obras e infra-estrutura urbana, na Cidade, universalizadas é a melhor forma de combatermos, em nível local, as desigualdades fantásticas que a política de exclusão social tem criado, além de fomentar política de desenvolvimento econômico sim, mas que nós sabemos que, no Município, são de difícil solução. Nós estamos fazendo isso.

A pergunta que o Ver. Pedro Américo Leal deixou, e que muitos fizeram, é: quem paga? Por que a classe média não pode mais pagar? Nós queremos dizer que o nosso Projeto e a nossa proposta de governo não é colocar a classe média contra outros setores, não é colocar uns contra os outros. É fazer efetivamente um Projeto de uma Cidade para todos. E todos não significa tratar desiguais de forma igual, porque isso não é democrático, não é justo socialmente. Todo significa tratar cada um de acordo com as suas condições e possibilidades. É por isso que também aí Porto Alegre é diferente. O nosso imposto é progressivo: quem pode mais, paga mais; quem pode menos, paga menos; quem não pode nada, não paga nada. E todos têm acesso a um serviço de qualidade: Bela Vista, Três Figueiras, bairros onde moram companheiros de classe média alta não são abandonados pela Prefeitura. Lá eles têm serviço de lixo, têm infra-estrutura urbana, têm saneamento básico, têm água tratada. Nós não queremos que apenas lá tenham esses serviços. Nós queremos que essa infra-estrutura vá para o conjunto da Cidade.

É por isso que dissemos que queremos rever a Planta de Valores de Porto Alegre. Alguns dizem, como o Ver. Fernando Záchia, que alguns bairros ricos vão ter um aumento percentual menor do que alguns bairros de classe média média ou média baixa. Isto é verdade em parte, porque a nossa proposta, a proposta do Ver. Hélio Corbellini fez e que nós assumimos, é uma proposta técnica e é sustentada por uma das referências do mercado. Por exemplo, a Vila Jardim tinha uma infra-estrutura urbana precaríssima, desde 1991. Agora, com o esforço conjunto da Cidade, esse bairro é dotado de infra-estrutura urbana. Logo, a variação de mercado que aqueles imóveis tiveram desde 1991 foi muito superior à variação, por exemplo, do bairro Moinhos de Vento que já tinha toda infra-estrutura urbana. É natural que se uma proposta for eminentemente técnica haverá variação. E isso é justo e isso é correto, porque aquelas propriedades que tiveram seu valor imobiliário aumentado pelo esforço conjunto da Cidade, nada mais justo que retorne uma pequena parte para que a Cidade, novamente, possa manter os serviços públicos e ampliar a infra-estrutura para outros bairros. E nesse mutirão social e coletivo, nessa verdadeira luta pela participação dos trabalhadores do orçamento participativo para construção da Cidade é que vamos construir uma Cidade melhor.

Toda essa discussão e todo esse debate dizem respeito a um aumento de, no máximo, em alguns casos, R$ 12,00, R$ 11,00, R$ 10,00, R$ 5,00 por ano para imóveis que tiveram sua valorização em 100% desde 1991. O valor venal das propriedades em Porto Alegre, Ver. Pedro Américo Leal, não passa de 35% do valor de mercado. Logo, a oposição é que não nos apresentou nenhum argumento convincente, nenhum argumento adequado para votar contra este Projeto. E é certo que esse debate, após a votação, estará na pauta da Cidade. E nós, sem dúvida nenhuma, teremos na Cidade o apoio que já temos obtido, para que possamos enfrentar sempre o desafio de construir uma cidade para viver bem e não um lugar sem infra-estrutura urbana, como os neoliberais querem transformar nossa Cidade, nosso Estado e nosso País. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): A Vera. Anamaria Negroni está com a palavra para discutir o PLCE nº 003/97.

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Sr. Presidente, Sras. e Srs. Vereadores; Senhoras e Senhores que aqui se encontram para verificar como é que nós, Vereadores, debatemos um assunto tão importante como este: a majoração, ou não, do IPTU acima da inflação no ano de 98.

Ouvi todos os discursos atentamente - aproximadamente trinta discursos -, houve contradições várias nos discursos da Bancada de Situação da Casa - Partido dos Trabalhadores. Eu diria que a Planta de Valores de Porto Alegre não é justa, e com este Projeto do Executivo e o Substitutivo apresentado pelo Ver. Hélio Corbellini, não há condições de nós, Vereadores, votarmos conscientemente; votarmos favoravelmente a esse Projeto. Por quê? Porque o Centro de Porto Alegre, que deveria ter os seus impostos minorados, dada a desvalorização dos imóveis comerciais, com o advento dos "shopping centers", etc., não teve nenhuma tentativa de minoração dos impostos, com relação ao Centro e outros tantos bairros de Porto Alegre.

Gostaria de salientar que, na realidade, tanto o Projeto, quanto o Substitutivo, para nós, são desastrosos. Acho que nós, Vereadores desta Cidade, temos que reagir, veementemente, contra essa proposta petista, que continua sendo totalmente injusta para o povo porto-alegrense.

Um Partido que se diz defensor dos trabalhadores, neste momento, com este Projeto, está dificultando a vida dos trabalhadores. Ou não são trabalhadores aqueles pequenos e microempresários? Não são trabalhadores os autônomos? Os profissionais liberais? Esses estão vivendo muito mal com seus negócios no Centro da Capital, e ainda verão majorados os valores do IPTU acima da inflação? São trabalhadores também! São trabalhadores também os ambulantes, os que fazem o comércio informal dentro de Porto Alegre, que alugam imóveis e pagam o IPTU, porque assim rezam os seus contratos de locação.

Concordo com o Ver. Guilherme Barbosa quando diz que é pior uma meia-verdade do que uma mentira. Pois essa é uma meia-verdade. É uma meia-verdade dizer que estão trabalhando preocupados com as pessoas que não têm condições, com os carentes de Porto Alegre. Isto não é verdade! Porque essas pessoas é que serão destruídas em seus orçamentos, serão prejudicadas e não as da classe média para cima. Para essas se aumentar 10, 15% não haverá diferença! Mas para o trabalhador comum, para o funcionário público, seja estadual ou federal, que tanto é defendido pelo Partido dos Trabalhadores - esse também será punido com este Projeto, porque esses funcionários estão há quase dois anos sem majoração em seus salários.

A Cidade de Porto Alegre merece uma qualidade de vida cada vez melhor. Queremos que Porto Alegre seja a melhor Capital do Brasil, mas não deste jeito. Deveriam trazer aqui uma Planta de Valores melhor estudada, melhor trabalhada para que sejamos convencidos de que Porto Alegre realmente precisa deste reajuste.

Para concluir, eu lhes digo: o que o PT necessita neste momento, num ano eleitoral, é de mais verbas, querem mais verbas para publicidade. Isso está provado e recomprovado! Eu coloco aqui, nós queríamos uma Emenda para o Orçamento, minorando a verba para publicidade, de 0,5% para 0,35%, e, ao contrário, foi aprovado nesta Casa uma verba de 1,2%! 

 

O SR. PRESIDENTE: O tempo de V. Exa. já está concluído.

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Para concluir, eu digo: Porto Alegre necessita, sim, de mais verbas, e as verbas estão em 1,2! Em 1,2%!

 

O SR. PRESIDENTE: O tempo de V. Exa. foi ultrapassado em 3 minutos. V. Exa. já está falando há 8 minutos.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Eu peço a V. Exa. que seja respeitado o Regimento da Casa. Em primeiro lugar, com respeito à palavra da Vereadora; em segundo lugar, eu me inscrevo e cedo meu tempo à Vera. Anamaria Negroni.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa recebe a inscrição do Ver. Antonio Hohlfeldt, informando a S. Exa. que, durante todo o tempo em que este ou os demais Vereadores estiverem a frente da Mesa, apenas fizeram cumprir o Regimento da Casa. Se o tempo é pequeno, 5 minutos para cada Vereador discutir o Projeto, é por força do Regimento.

Tendo em vista a inscrição do Ver. Antonio Hohlfeldt, nós concedemos mais 5 minutos regimentais à Vera. Anamaria Negroni.

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Muito grata, Sr. Presidente. Agradeço também ao meu Líder, Ver. Antonio Hohlfeldt por essa concessão. Eu continuo dizendo: Porto Alegre necessita sim fazer melhorias, ter mais qualidade de vida. Mas 1,2%, como ficou aprovado para o ano de 1998, para ser gasto com publicidade não podemos concordar, porque a partir do momento em que um ponto dois é utilizado para esse tipo de gasto, vai faltar para a educação, para a saúde e  para a habitação nesta Cidade, e para tudo isso que o PT tenta defender com meias-verdades. Quem vai perder com isso é o pessoal da periferia, lá onde eu vou, na vila, e onde nunca encontrei um Vereador petista. Ontem mesmo estivemos comentando isso na Ilha das Flores onde estive e onde ninguém vai, nem na Ilha dos Sargentos e em nenhuma outra ilha. Talvez para fazer suas campanhas eles compareçam lá.

O Vereador que votar contra não pode ter a preocupação de ser ou não eleito. O Vereador deve votar com convicção, e não por palavras. A gente sente que neste Plenário já houve manobras. Eu não posso apontar os nomes, mas os Vereadores sabem quem vai se vender aqui dentro. Sabemos que 14 votos existiam favoravelmente.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA (Questão de Ordem): Na tribuna, a Vera. Anamaria Negroni fez uma grave acusação a esta Casa, a este Plenário. Ela disse que sabe quais os Vereadores que vão se vender. É necessário que ela nomeie os Vereadores desta Casa que irão se vender.

 

(Manifestação das galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE: Esta Presidência vai respeitar o direito a inviolabilidade das posições sustentadas pelas prerrogativas da imunidade parlamentar a que faz jus essa Vereadora, como todos os 33 Vereadores desta Casa.

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Sr. Presidente, desde o início desta Sessão há manifestações por parte da platéia e nenhum Presidente, nesta tarde, fez qualquer referência a esse problema, fazendo com que fosse cumprido o Regimento. Peço que V. Exa. tome providências nesse sentido.

Com relação ao Orçamento Participativo, o IPTU é um problema da Cidade, se refere ao cidadão de Porto Alegre, mexendo no bolso inclusive daqueles que não têm dinheiro. Será que o Orçamento Participativo foi consultado com relação isso? Ele deveria ter sido consultado.

Respeito todos os partidos desta Casa e o PT por sua organização, até por conseguir votar um imposto com o qual ninguém concorda que seja aumentado; até para isso eles conseguem encher as galerias, trazendo gente para fazer pressão para que nós venhamos a votar.

Quatorze Vereadores iam votar contra o IPTU, se eles conseguirem mais 3 votos existiu barganha, que ficará bem clara para o povo de Porto Alegre. Muito obrigada.

(Não revisto pelo oradora.) 

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares no dia de hoje, 30 de dezembro de 1997.

 

(Obs.: Foi aprovado o Requerimento de licença do Ver. Cláudio Sebenelo, e dada posse ao Suplente, conforme consta da Ata.)

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Requerimento): Requeiro a V. Exa. e solicito à Vera. Anamaria Negroni que me conceda a cópia das notas taquigráficas do seu pronunciamento, que analisarei à luz do nosso Código de Ética Parlamentar - Resolução nº 1319.

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI: As notas taquigráficas do meu pronunciamento estão à disposição de todos os Vereadores desta Casa.

 

O SR. PRESIDENTE: Tendo em vista a manifestação da Vera. Anamaria Negroni está dispensado o lapso de tempo em que todo o cidadão tem o direito de acesso às notas taquigráficas. Está deferido o Requerimento da Vera. Maria do Rosário com a anuência da Vera. Anamaria Negroni.

Nós apregoamos o deferimento, pelo Presidente da Casa, nesta data, de Requerimento firmado pelo Ver. Hélio Corbellini, que retira de tramitação a Emenda nº 1 ao Projeto original - PLCE nº 003/97.

Apregoamos a Emenda nº 7 ao PLCE nº 003/97, de autoria do Ver. Carlos Garcia, subscrita pelo Ver. Hélio Corbellini, na forma da cópia recebida por V. Exas.

Apregoamos também o deferimento do Requerimento do Ver. Luiz Braz que requer sejam votadas destacadamente a expressão “até no máximo 01 (um) ano após o pagamento”, do parágrafo 1º do art. 31, com redação do art. 3º, e a letra “c” do parágrafo 1º do art. 31.

Encerrada a discussão. Em votação o PLCE nº 003/97 com Substitutivo e Emendas a ele apostas. (Pausa.) O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar o PLCE nº 003/97.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, hoje já foi-me oferecida uma missa de Réquiem, e eu dou um conselho: façam como eu, calma, informações corretas da própria Prefeitura. Não é necessário levantar a voz, que meu amigo Ver. Juarez Pinheiro vai ficar muito tempo falando com tranqüilidade, senão serei eu que vou à missa.

Ao início deste debate eu dizia das minhas dúvidas quanto ao art. 91, do Regimento, de que este Substitutivo deveria ter sido apresentado na Pauta ou nas Comissões. Não foi nem na Pauta nem nas Comissões. Até acho que não foi um Substitutivo, e sim um acréscimo. Não estou muito preocupado, porque confio nos meus pares e ele será derrubado, quer seja Substitutivo, quer seja acréscimo, como penso que é. Fico muito preocupado, porque vêm aqui alguns Vereadores e ficam entusiasmados, defendendo intransigentemente a qualidade de vida.

Ontem mostrava para servidores da Casa o discurso de posse de quando fui Prefeito, onde lembrava que Porto Alegre tinha o primeiro lugar em qualidade de vida entre as capitais brasileiras, há muito tempo. Eu fui Prefeito e por três vezes tivemos a melhor qualidade de vida em todo o Brasil. Com o Orçamento de 125 milhões de dólares - e meus números sempre são informações dadas pelo PT - para um orçamento que hoje é cinco ou seis vezes maior do que aquele. É claro que eu não tinha uma taxa de pluvial, portanto, eu tinha menos problema de pluvial. Eu acho que administrar a taxa de pluvial é que complica, como eu não tinha taxa de pluvial tinha que substituir tudo pelo trabalho. Os meus funcionários sabiam que tinham que trabalhar, porque não tinham taxa de pluvial. Agora com a taxa de pluvial as máquinas, que deveriam esgotar a água não funcionam, não têm reparação, não tem nada. Agora, todos eles choram da mesma maneira. E sempre se diz que deve-se arrecadar mais para o ser humano, mas eles parecem esquecer que arrecadariam do ser  humano. O que está acontecendo com o Orçamento da Prefeitura? E eles dizem que o IPTU vai ser 5 reais a mais para cada um, não é verdade. Vejam que as receitas correntes da Prefeitura, em matéria de receitas próprias, em 11 meses, arrecadaram 111 e meio por cento do previsto e ainda falta o mês de dezembro. As receitas transferidas arrecadaram 115% a mais que o previsto. Eles falam aqui que a Lei Kandir tirou dinheiro do Município. E quantas leis mais tiram dinheiro do Município? Mas é sempre 15% a mais do previsto, mas em 11 meses. O Fundo de Participação dos Municípios, em 11 meses, representa 137 e meio por cento do previsto em 12 meses. E eles estão reclamando aqui que está faltando dinheiro. Não sabem é administrar. O que eles pretendem com o IPTU, se o apêndice do Ver. Hélio Corbellini passasse, daria mais uns 4 milhões de reais.

Está aqui uma publicidade do “Cidade Viva”, documento da Prefeitura. Eu pergunto se é para isso que querem aumentar o IPTU acima da inflação, já que foi aumentado, entre 95 e 97, em 33% acima da inflação. E pergunto, também, se o Orçamento Participativo aprovou essa despesa: 3 milhões 702 mil reais só no “Cidade Viva” e só na televisão. Portanto não há o que discutir e a missa de Réquiem deve ser rezada, sem dúvida nenhuma, para o malfadado e pretendido aumento do IPTU acima da inflação. E ainda tenho as minhas dúvidas se pode ser colocada a inflação, e nós vamos discutir depois. Saúde e paz.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Sônia Santos está com a palavra, para encaminhar o PLCE nº 003/97.

 

A SRA. SÔNIA SANTOS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é muito proveitoso para eu ficar na minha tribuna, ouvindo as discussões que são feitas aqui e, por isso, muitas vezes, cedo o meu tempo a Vereadores que fazem a discussão de forma inteligente. Muitas vezes, quando ouço as discussões, as mesmas fazem-me lembrar de uma frase muito singela de Mário Quintana, em que ele diz que "a mentira é uma verdade que esqueceu de acontecer". Eu ouço, muitas vezes, algumas verdades desta tribuna, que esqueceram de acontecer, como a que o Vereador fez dizendo que o PTB defende o interesse dos ricos. Ora, o nosso Prefeito Raul Jorge Andrada Pont disse que as vilas que sofreram melhorias terão os seus percentuais tributários aumentados. Até onde eu sei, quem mora nas vilas são pessoas não ricas. Outros Vereadores, nesta tribuna, cobraram do PTB uma postura diferenciada nos municípios que administra. Mas eu não vi ninguém subir aqui e cobrar postura de município como Gravataí ou Brasília. Mas tudo vale a pena e Fernando Pessoa tem toda razão, tudo isso vale a pena. O PTB tem uma postura séria, e já está firmada, é contra a aprovação desse Substitutivo, por entender que ele vai onerar sim os contribuintes, e isso será um grande erro. Nós não queremos cometer esse erro. Eu gostaria de encerrar com uma frase de Sade em que ele diz: "O erro consciente é como golpe violento, mesmo que a ferida sare, a cicatriz fica." E nós não queremos deixar cicatrizes nos contribuintes de Porto Alegre. Muito obrigada.

 

(Não revisto pelo oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra, para encaminhar o PLCE nº 003/97.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu não vou aqui recuperar o mérito de toda a disputa e de todo o debate que se teve, mas eu quero resgatar e homenagear, respeitosamente, ao Ver. Hélio Corbellini, que centraliza o debate de hoje. Quero deixar público, Ver. Hélio Corbellini, o respeito pelo seu esforço em colaborar com a cidade de Porto Alegre, no sentido de buscar uma negociação exaustiva, permanente, incessante, com todos os segmentos da Casa, no sentido de buscar aquele número necessário de votos para a aprovação de um Substitutivo, sem ter o Projeto original, como se ele garantisse alguma coisa a Porto Alegre. Quero dizer que lho respeito por isso. Só não o acompanho nesta votação, neste seu esforço, porque, uma vez mais, nós travamos na intransigência do Executivo Municipal. Entre aquele texto original que havíamos recebido como proposta de V. Exa. para análise e discussão, e que vários de nós se dispuseram a trabalhar e, quem sabe, apoiar. Entre as propostas, chegamos a acrescentar, como sugestões, tendo até retorno do Executivo, questões mais simples para o Executivo, mas que são importantes para o contribuinte, como é o caso do contribuinte aposentado que ganha três salários mínimos, que a Prefeitura teima em calcular pelo valor bruto, em vez de calcular pelo valor líquido. Eu conheço muitos aposentados que têm sido onerados com pesados tributos do IPTU, ou, como é o caso do vencimento das parcelas do IPTU anual, que a Prefeitura fixou no dia 25 de cada mês e obriga o contribuinte a pegar empréstimos bancários, porque ele só recebe no dia 30, 31 ou no dia 05 do mês seguinte. Mas, enfim, pequenas questões havíamos proposto. Concordarmos com a idéia original daquilo que havia sido redigido por V. Exa., em percentuais bem menores. E nisso até estivemos trabalhando com os companheiros de Bancada, com outros Líderes. Mas houve tropeços na discussão final por que o Executivo não abriu mão de percentuais que são, na prática, o dobro daqueles sobre os quais nós havíamos trabalhado inicialmente. Realmente, é muito difícil aceitarmos a negociação. Sobretudo, quando vemos que, se não são, de fato, as residências mais populares aquelas que serão mais oneradas, e, ainda aí, o Ver. Hélio Corbellini teve um cuidado muito grande na redação do seu Substitutivo, também não são os imóveis de maior valor.

Na verdade, a linha perniciosa do Projeto - e essa é difícil de se corrigir - é que ela vai direto na penalização da classe média. Neste Projeto se entende por quê: porque é o caminho mais fácil e mais curto de se fazer caixa sem muito trabalho. A maioria da cidade de Porto Alegre é composta da classe média que, talvez, consideramos classe média média, classe média alta, classe média baixa; mas, genericamente, é de classe média. São aqueles bairros que estão fora da Zona 1, de tributação, na Zona 2, na Zona 3, sem serem aqueles exemplos que foram tão lembrados aqui pelo Governo Municipal. Mas, são esses da Zona 2 e da Zona 3 que sofrerão o maior impacto da tributação.

Com todo o respeito que merece o Ver. Hélio Corbellini com quem dialoguei permanentemente, eu tenho, respeito pela sua coragem, por ter trazido até aqui o Projeto e de ter, talvez, calado com humildade a disputa que nós podemos ter ganho - a disputa no bom sentido - a disputa da Cidade, se houvesse um pouco mais de humildade do Executivo. A falta de humildade do Executivo vai, de uma certa maneira, derrotar o seu esforço. Espero que V. Exa. não desista de, em outros momentos, voltar a conversar e chegar a mediações que esta Casa já mostrou, muitas e muitas vezes, ser capaz de fazer, desde que respeitada na sua representação.

Portanto, contrário ao Projeto, mas esperando que possamos continuar a discutir outros Projetos em prol da Cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. João Carlos Maciel está com a palavra para encaminhar o PLCE nº 003/97.

 

O SR. JOÃO CARLOS MACIEL: Senhor Presidente e Srs. Vereadores. Falo em nome do PMDB, de um partido que nunca governou o Município de Porto Alegre. Portanto, descompromissado completamente com a situação que vivemos hoje nesta Cidade.

Sou um Vereador temporário, novo, como bem disse o Ver. Gerson, mas Vereador me sinto, aos quarenta anos, cansado, quase um velho, por ver, ao longo de nove anos de administração do PT, a falta de iniciativa para tantos problemas desta Cidade.

Ontem, falava das graves ocorrências resultantes da chuva. As bombas que deveriam ser acionadas durante as fortes enxurradas em Porto Alegre não estavam funcionando, não sofreram assistência, revisão. Esse contexto tem tudo a ver com o IPTU que está sendo discutido hoje aqui. Como pode uma administração de nove anos não estar preparada para um problema que se repete a cada ano e a cada quase forte chuva que acontece na Cidade? Vejo aqui um partido alucinado para justificar um aumento acima da inflação. Asfaltamento, muito comemorado, que, por alguns meses, já se encontra todo esburacado. E lá vai mais dinheiro dos cofres públicos pela péssima qualidade do serviço. Vejo no PT um partido não muito preocupado, por exemplo, com o desemprego, quando fala contra a GM, contra a FORD. Parece que não está preocupado com a pior crise que este País enfrenta, que é o desemprego. Após nove anos de administração popular, lembro que, como saldo positivo - ontem toquei nesse assunto aqui - desde o último viaduto a ser construído na administração do  Sr. Vilella, nada falta de visão política plena. Trânsito significa taxistas, lotações, ônibus, operários, engarrafamentos resultantes de uma visão pequena de administração. E como eu disse ontem, Porto Alegre não é uma vila, não é uma aldeia para ser tratada como vem sendo tratada. Vivemos em uma cidade histórica, amamos esta Cidade, tão grande como atrasada ao mesmo tempo, pela falta de visão política. Os mesmos que pregam contra aumentos, privatizações, entregam, com cumplicidade, o transporte coletivo de às decisões dos empresários da ATP! Hoje estão ameaçadas diante de um Projeto que, daqui a pouco, entra em votação, as lotações. Indiretamente, quase duas mil pessoas operam com lotações em Porto Alegre, e pode ser uma ameaça a mais de desemprego gerada pelo próprio PT. A pregação do "Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço" não é a pregação do PMDB. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Nereu D’Ávila está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA: Senhor Presidente e Srs. Vereadores. Quero resumir que, primeiramente, por decisão do PDT, majoritariamente, votaremos contrário a qualquer tipo de aumento neste instante. Evidentemente, também do IPTU.

Não pude ouvir todos os pronunciamentos, mas sei que foram usados argumentos de ambos os lados, argumentos que eu já havia escutado na imprensa e aqui também na discussão preliminar, e que, certamente, são argumentos ponderáveis de ambos os lados.

Eu diria que, no meu convencimento, este aumento não faz jus à inteligência da Administração Popular. Certamente, é uma imposição do Secretário da Fazenda que, politicamente, é um desastre, eu quero dizer que este aumento deve ser rejeitado, porque é inoportuno quando vem um Pacote Federal em cima da população e a Administração, insensivelmente, não retirou o Projeto; fez ameaças, foi, veio e insistiu novamente com o Projeto. Se perguntarmos à população, na Rua da Praia ou em qualquer lugar desta cidade, a média população, tenho certeza de que 90% dirão que não querem aumento de qualquer tipo. Eu fico pasmo quando, inteligentemente, com grande capacidade de oratória, de convencimento, Vereadores justificam o aumento.

O meu entendimento é absolutamente linear, não é hora para qualquer tipo de aumento. Por isso, nós não temos dúvida de que faltou um pouco de flexibilidade ao Governo colocando a matéria em votação, neste momento, porque já se sentiu, aqui, que a disposição é, e creio que continua sendo, absolutamente contrária ao aumento.

Eu cheguei a dizer, e até sugerir, que se esperasse o reflexo da declaração de renda, que é até 30 de abril, para ver como se comportava o Pacote Federal em cima da população para aí, se pudesse pensar em uma alternativa. Mas não, lamentavelmente. Agora, inteligentemente, está-se usando o Substitutivo de um Vereador do Partido Socialista Brasileiro para embutir um aumento, embora os índices sejam diminuídos. Mas, vejam, segundo dados divulgados pela imprensa, a inflação vai ser 4%, não chegará a 5% e a redução do IPTU, que está-se votando, agora, é 6,5%. Então, seria acima da inflação anual. Temos que levar em conta que os índices, hoje, na economia, os números, têm amplitude bem maior do que possa parecer.

Por isso, Sr. Presidente, encerrando, quero declarar que, a Bancada do PDT,  Vereadores Elói Guimarães, Pedro Ruas, Isaac Ainhorn e este Vereador, Partido que aprofundou esta discussão, também não foi pacífica, vota contra este aumento. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gerson Almeida está com a palavra para encaminhar o PLCE nº 003/97.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, talvez uma frase que foi pronunciada, aqui, nesta tribuna, que Porto Alegre não é uma Vila, tenha sintetizado parte do espírito que faz com que alguns Vereadores votem contra este Projeto, que é o desdém em relação a setores das classes populares da nossa Cidade.

Para nós, os trabalhadores e moradores das Vilas ou de qualquer outro Bairro devem recuperar o direito à completa cidadania e à qualidade de vida aos serviços públicos. Portanto, morar numa Vila ou morar num Bairro, como eu moro, não faz diferença nenhuma, e não deve servir para segmentar a opinião política que temos sobre a organização da Cidade.

Porto Alegre teve a coragem, no início da década passada, de fazer uma reforma tributária, antecipando-se a todos os Municípios brasileiros e, a partir dali, organizar, em meio à crise, uma cidade que resiste a sucumbir ao verdadeiro processo de exclusão social que nós vemos em todo o nosso País. O nosso País está, infelizmente, pelas políticas dominantes, se transformando numa grande favela continental, um lugar onde em cada esquina temos verdadeiras legiões de crianças, homens e mulheres em busca de emprego, sem ter o que fazer, ou em busca de um prato de comida e um pedaço de pão. Nós fizemos isso com a humildade de quem sabe que não é o dono da verdade, mas que  quer, pelo menos, ter alguma sociedade com ela, como diz o Ver. José Valdir.

Nesse Projeto o Executivo e a Bancada do Governo, nos últimos noventa dias, só o que fazem é discutir,  negociar e recuar da sua proposta inicial. A proposta que está em curso é o resultado desse esforço e, portanto, não cabe a colocação do Ver. Antonio Hohlfeldt que diz que o Executivo não aceitou índices, índices que ele se negou a discutir, pois eu o procurei várias vezes para discutir a matéria e ele se recusou a fazê-la.

Quando dizíamos das dezenas de cidades que o PMDB, PTB, PFL governam e que  aumentaram o IPTU não o fizemos em tom de crítica, mas dizendo que essa é a maneira concreta que os municípios estão encontrando para enfrentar a verdadeira crise que se assola sobre as cidades que tiveram, desde a Constituição de 88, ampliadas as suas responsabilidades com a saúde, educação e outros serviços, mas que não tiveram a contrapartida econômica necessária, exceto por um pequeno lapso de tempo.

Portanto, esse dilema tem que ser enfrentado com seriedade e coerência. Por isso que a Bancada de Vereadores do PT, nesses municípios tem discutido e na maioria dos casos tem aprovado Projetos como esse desde que eles sejam regidos pelo princípio da progressividade, desde que haja um controle público sobre a aplicação das verbas, condição necessária para que possamos ter uma cidade organizada de forma democrática e para que esses recursos se transformem em qualidade de vida.

No entanto, queríamos ter a oportunidade de fazer esse debate na Câmara de  Vereadores de Porto Alegre, Ver. Antonio Hohlfeldt, de como organizar, como enfrentar, como resistir, na administração de uma cidade, à crescente crise que a recessão econômica  internacional, mas amplificada pelas políticas do governo federal e estadual tem obrigado os administradores, inclusive de partidos da base governista como do PSDB, PTB, PMDB, do PFL, a enfrentar o desafio das finanças próprias dos municípios porque essa é a única garantia que os Prefeitos das cidades têm de que terão recursos. Por exemplo, o Ver. Dib fala muito na arrecadação, mas ele, como sói acontecer no último período, não fala em nenhum momento do conjunto do orçamento, das verbas de transferência que o governo que ele apóia, em nível  Estadual, tem retido; quase 100 milhões do Município de Porto Alegre. Nisso, ele não fala. Quero concluir dizendo o seguinte: nesses 90 dias, nós procuramos discutir de forma séria, de forma clara, de forma qualificada a questão da remuneração e do financiamento dos municípios. Nós queremos dizer que a votação que vamos realizar nos próximos minutos, ela não encerra o assunto, ao contrário, ela só vai amplificar a necessidade de que nós façamos, cada vez mais, um debate qualificado e marcado pelo interesse público e não pelo interesse de derrotar ou aprovarmos esse Projeto porque a administração dos municípios e os cidadãos da cidade merecem que o artífice político tenha a mediação do interesse público, e, não, de interesses menores, como norte da sua atuação em todos os aspectos da vida política e pública. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Reginaldo Pujol para encaminhar o PLCE nº 003/97.  

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é evidente que a decisão que a Casa irá tomar dentro em breve, pela sua repercussão, tenha merecido o debate acalorado que, por vezes, aconteceu aqui na Casa, todo ele a demonstrar a responsabilidade com que o Legislativo da Cidade encara essa decisão da maior importância. Conversei muito com o Vereador, meu companheiro de Bancada, Gilberto Batista, e amadurecemos, juntos uma posição. Naturalmente, Sr. Presidente, que não surpreenderíamos a Cidade se simplesmente votássemos contrariamente ao Substitutivo de autoria do eminente Ver. Hélio Corbellini, que contém no seu bojo, claramente, o aumento da receita do Município através da cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano.

Seria um discurso tranqüilo, pacífico, a cidade inteira haveria de compreendê-lo, inteiramente de acordo com as nossas posições doutrinárias, externadas inclusive em votações recentes na Assembléia Legislativa do Estado, quando o único representante do Partido da Frente Liberal, posto à frente de um aumento na alíquota do ICM, proposto pelo Governador Antônio Britto, a quem apoiamos integralmente, não titubeou, coerente com a nossa posição política, em ficar contra esse aumento, porque pensamos que é hora de reduzir a carga tributária e não de aumentar a carga tributária.

O assunto não se resolveria tão simplesmente com essa colocação. Por isso vim à tribuna, e o faço, inclusive, em homenagem ao ilustre Ver. Hélio Corbellini, que teve a coragem de dar cobertura, com o seu nome, a uma tentativa desusada de consertar uma situação que foi colocada na postura em que se encontra presentemente por fatos que a Cidade conhece. Esse assunto deveria ter sido resolvido há muito tempo, quando aqui esteve o projeto que de forma direta propunha a revisão dos valores básicos da tributação municipal em termos territoriais e urbanos, e que foi retirado do debate por orientação política do Governo do Município, que tenta agora, no dia 30 de dezembro, numa Convocação Extraordinária, assegurar, através da aprovação do Substitutivo, isso que eu considero um presente de grego para a Comunidade Porto-alegrense, que vai ter que conviver com uma mudança de ano atribulada, com mais esse aumento e com mais esse agravo no seu já combalido orçamento familiar. Por isso, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, com a maior tranqüilidade, com a maior serenidade, anuncio o voto do PFL, contrário ao Substitutivo do Ver. Hélio Corbellini, mesmo reconhecendo nele uma coragem muito grande em tentar contribuir com seus ex-companheiros, oferecendo uma solução, solução essa que ele havia nos anunciado em setembro. Acreditávamos que pudesse vir noutro Projeto, naquele Projeto que tratava objetivamente desse assunto, em termos diferentes do que, afinal, acabou sendo apresentado.

Tenho a opinião, da qual partilha o Ver. Gilberto Batista, de que até mesmo sob o ponto de vista jurídico o Substitutivo do Ver. Corbellini apresenta incorreções que deveriam, por si só, justificar o não-acolhimento do mesmo na sua tramitação normal. Mas são situações passadas. Agora, temos que, objetivamente, saber o seguinte: quem vai interromper esse ciclo histórico que se instalou em Porto Alegre de que sob os mais diferentes expedientes, ano após ano, ocorrem aumentos na tributação municipal? Quem vai ficar nessa mesma posição?

Todos os anos temos aumento de tributos, de uma forma ou de outra. E nem isso tem solucionado os problemas de habitação popular, de saneamento básico, de educação, da saúde, que foi reforçada esse ano com mais de 200 milhões de repasse do Governo Federal.

É hora de se interromper esse ciclo negativo. Vamos dizer não a esse aumento de imposto que se pretende impor à cidade de Porto Alegre, porque não há mais como justificar essa fúria fiscal que tem caracterizado os últimos anos da Administração Municipal. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Hélio Corbellini está com a palavra para encaminhar o PLCE nº 003/97.

 

O SR. HÉLIO CORBELLINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, cidadãos aqui presentes. Darcy Ribeiro comumente usava uma expressão: ele sempre dizia e lembrava que lutou pelos índios e foi derrotado; que lutou pelos analfabetos e foi derrotado; que lutou pelos sem-teto e foi derrotado: que ele, mesmo sabendo que ele lutou pelos sem-teto e foi derrotado, mesmo sabendo que às vezes era mais fácil estar ao lado dos vitoriosos, mas lembrando sempre que as guerras não se resumem numa única batalha.

Tenho certeza de que o político que está no campo da esquerda - já disse isso várias vezes - tem que parar de profetizar o caos e começar a semear esperança. Mas por que - e alguns Vereadores me perguntaram - não retiramos o Substitutivo? Primeiro, porque não fomos usados por ninguém, e jamais seremos usados. Porque em setembro - como lembraram os Vereadores Reginaldo Pujol e Antonio Hohlfeldt - fizemos uma proposta a todos os partidos, dizendo que há certos assuntos de interesse de toda a população e da Cidade que não podem por nenhum partido, seja do centro, da esquerda, da direita, ser ideologizado. Toda vez que um partido, ou um político, ideologizar a questão num Plenário, num Legislativo, ele corre o risco de  ver sua verdade submergir em paixões que cegam o caminho do interesse maior da cidade. Lamentavelmente este assunto foi ideologizado. Lamentavelmente todos os partidos aumentam os tributos. Lamentavelmente os partidos ainda não têm como resolver os problemas de todos segmentos sociais do País. Nisso estão todos os partidos comprometidos, e nós somos inteiramente comprometidos. Naquilo em que temos a convicção de que seja o melhor para a Cidade nós sempre lutaremos até o fim. Seria muito fácil para nós - e o caminho da facilidade nunca é o caminho mais justo e correto -, retirarmos o Substitutivo, mas se nós fizéssemos isso estaríamos negando os nossos princípios, negando tudo aquilo por que lutamos desde os nossos dezessete anos. Nós temos uma trajetória de luta e os companheiros Vereadores, sejam da oposição, sejam da situação, verão que nestes três anos que me restam de mandato estarei nesta tribuna defendendo projeto da oposição se for justo, projeto do Governo, se for justo, projeto de qualquer partido desde que seja correto e bom para a globalidade da Cidade, que é difusa. Nós jamais usaremos exemplos comuns, para generalizar situações, porque as verdades que já foram ditas - e nós acreditamos nisso - estão em todos os corações. Ninguém tem a verdade absoluta. Ninguém pode aqui, nesta tribuna ou em qualquer lugar, se arrogar o direito da  verdade absoluta e da certeza de que  aquela  é a posição mais correta.

Sr. Presidente, eu solicito o tempo como autor da proposição.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, V. Exa. tem o tempo de mais cinco minutos para encaminhamento.

 

O SR. HÉLIO CORBELLINI: Portanto, no fundo - eu espero que os debates que ocorreram aqui frutifiquem para o ano que vem, e tenho certeza que isso acontecerá porque esta é uma Casa digna - o que estamos discutindo, e isso teve que estar claro para os cidadãos e para os Vereadores, é o que a Lei nº 7 manda fazer. A Lei Federal nº 7 manda que as plantas de valores sejam reajustadas sempre que o seu reajuste seja maior do que o reajuste da planta passada. Então é uma obrigação desta Casa examinar isso.

Agora, não discuto e acho que todos têm o direito de ser contra índices de aumento, taxas de aumento, níveis de aumento, porque é legítimo. Cada Vereador, aqui, representa o legítimo interesse de seu segmento. Representa o legítimo interesse do seu partido, que é absolutamente legítimo, tanto que foi eleito pela população. Mas que fique neste debate uma lição para todos nós, e este Vereador aprendeu novamente: sempre que esta Casa ideologizar as questões, correrá o risco de se cegar por paixões que não são as mais nobres. Vamos terminar este debate, vamos votar e, depois, entraremos em outro Projeto extremamente importante para a Cidade, porque ele envolve não só segmentos de interesse, mas toda a população. Espero que esse debate também não seja ideologizado, porque, se o for, segmentos e interesses serão prejudicados, o cidadão será prejudicado - iremos tratar de uma concessão de interesse social do bem comum. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Substitutivo nº 01 ao PLCE nº 003/97. A votação será nominal, solicitada pelo Ver. Clovis Ilgenfritz. (Após chamada nominal).  REJEITADO  por 14 votos SIM, 18 votos NÃO, e  01 ABSTENÇÃO.

A Emenda nº 1 fica prejudicada. 

 

O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente, eu fiz uma Declaração de Voto e gostaria que ela fosse lida.

 

O SR. SECRETÁRIO: (Lê.)

 

"Declaração de Voto

Eu, Ver. Carlos Garcia, resolvi optar pela abstenção, para não ir contrariamente à posição do Partido, que indicou que se deveria votar a favor do Substitutivo do IPTU, por acreditar que a classe média será penalizada e que os atuais dissídios coletivos têm sido acordados com percentuais abaixo da inflação. Não poderia, por convicção própria, votar a favor. Portanto, me abstenho da presente votação.

(a) Ver. Carlos Garcia".

 

Declaração de Voto da Vera. Anamaria Negroni (Lê.)

 

"Declaração de Voto

Voto contra o presente Substitutivo, porque o mesmo, tal qual o Projeto do Executivo Municipal, não apresenta solução justa para a população porto-alegrense. Não estou votando contra por simples ideologia, mas, sim, conscientemente, e provo aqui que já votei em pelo menos três projetos de forma contrária à minha Bancada. O povo porto-alegrense necessita de justiça.

(a) Vera. Anamaria Negroni".

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Projeto original, PLCE nº 003/97.

Há necessidade de esclarecer que há uma expressão destacada, e as Emendas serão votadas logo após. Existem cinco Emendas e uma expressão destacada.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, eu pediria a V. Exa. para encaminhar, em virtude do Destaque.

 

O SR. PRESIDENTE: O Destaque vai ser votado após a votação do Projeto.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Preciso encaminhar agora, até para explicar o Destaque.

 

O SR. PRESIDENTE: A situação é bem clara, vota-se o Projeto e no momento da votação do Destaque V. Exa. pode encaminhar.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, iremos votar cinco Emendas, sendo que a Emenda nº 2 foi retirada, solicito o texto da Emenda nº 5, pois não recebi.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação a prorrogação da Sessão por mais duas horas. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, com abstenção do Ver. João Dib.  

As Emendas foram distribuídas. Emendas 3, 4, 5 e 7. Expressão destacada é “até no máximo um ano após o pagamento”, do parágrafo 1º do art. 31, com redação do art. 3º, bem como, a letra c do parágrafo 1º do art. 31.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 003/97 - Proc. nº 2440/97. (Pausa.) (Após a chamada.) APROVADO por 29 votos SIM.

Passamos à votação das expressões destacadas. Em votação.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar as expressões destacadas.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. A idéia deste Vereador foi acompanhada também quando o Ver. Hélio Corbellini fez o seu Substitutivo que também não concordou com um ano apenas de prazo para se fazer a compensação tributária, no caso de pagamento maior do ISSQN. Lembro-me que no Substitutivo, o Ver. Hélio Corbellini colocou prazo de cinco anos, que é um prazo normal, para se fazer as compensações. Nós resolvemos optar, nós que tínhamos colocado uma Emenda, como nós, quando procuramos o processo não encontramos a Emenda, resolvemos optar por fazer o destaque que, na verdade, vai causar o mesmo efeito. Estamos retirando do texto exatamente o prazo de um ano para fazer com que a compensação tributária possa se dar, quando o cidadão se der conta que está pagando a mais, ele pode fazer essa compensação tributária a qualquer instante.

Estamos retirando também a letra "D" do art. 31 que está sendo modificado, porque essa letra apenas é um complemento a um ano que está atualmente no Projeto, ou que estava, já que votamos, quando votamos com destaque a expressão "um ano" foi retirada. Como a "D" está acompanhando a expressão que foi retirada, nós também fizemos destaque para essa letra, deixando que essa compensação seja feita a qualquer instante. Não prejudica o Governo e também não queremos dar prejuízo para aquelas pessoas que por uma questão não delas, mas por um erro momentâneo, possam ser prejudicadas no pagamento maior do ISSQN. Muito obrigado.

  

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar as expressões destacadas.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero fazer um resumo de nossa posição com relação a essa Emenda. Evidentemente que, nesse assunto o Ver. Gilberto Batista, diante da possibilidade de que não tinha certeza com relação a aprovação ou não do Substitutivo, eu solicite a ele que nos ajudasse nesse sentido, e ele examinou, em conjunto com a nossa assessoria, todas essas Emendas e nós firmamos uma convicção, coincidentemente, com a posição externada pelo Ver. Luiz Braz, e entendemos que se o propósito do Projeto que mereceu unanimidade da Casa é confessadamente desburocratizar alguns trâmites da área fiscal do Município, especialmente essa figura da compensação, amplamente apoiada na Legislação Brasileira, inclusive por normas constitucionais, o sentido limitador do exercício desse direito apenas por um ano, seria uma incongruência. Com idêntica ênfase de que apoiamos o Projeto já aprovado com o nosso voto e do resto dos Vereadores, apoiaremos as Emendas quando elas refletirem bom-senso  e, sobretudo, coerência com os objetivos declarados do Projeto. Acreditamos que a Emenda que o Ver. Luiz Braz patrocina tem a capacidade de guardar coerência com o conjunto do Projeto, de não prejudicá-lo e auxiliá-lo na realização do seu objetivo que, no caso da compensação, é exatamente dar margem ao cumprimento de disposição de lei maior e permitir ao contribuinte o exercício de um direito que lhe é absolutamente constitucional e de bom-senso. Se propiciássemos esse direito e limitássemos o exercício dele no tempo,  comprometeríamos a eficiência do Projeto em um de seus aspectos fundamentais e com isso  ao invés de contribuirmos, estaríamos prejudicando a eficácia e o raio de alcance dessa proposição de origem executiva que mereceu da totalidade da Casa, em uma demonstração de que aqui as posições não ficam atomizadas e maniqueisticamente colocadas entre a oposição e situação, todos nós votamos a favor do Projeto e acreditamos que sendo essa a proposição do Ver. Luiz Braz tão coerente e tão ajustada ao sentido geral do Projeto, que a Casa da mesma forma que fez com o Projeto principal, com o Projeto originário, procederá da mesma forma com relação a essa Emenda, contribuindo para que a coerência seja mantida, os seus objetivos sejam facilmente alcançados e que esse instituto da compensação, largamente usado no direito tributário brasileiro seja exercido em Porto Alegre como um avanço na tributação fiscal e não como um limitador que só se realizaria nos próximos 360 dias. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para encaminhar as expressões destacadas.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a exaustão do debate não pode permitir a nós, membros deste Parlamento, que não avaliemos com cautela a proposta de destaque do Ver. Luiz Braz.

Srs. Vereadores, a questão da compensação tributária é um instituto constante do Código Tributário Nacional que não era utilizado aqui no Município. Nós estamos fazendo essa inovação, Ver. Luiz Braz, colocando, na Legislação Tributária, relativamente ao ISSQN, esse instituto da compensação, que significa compensar-se crédito de particulares com créditos tributários municipais.

É preciso, para a segurança das relações entre o Poder Público Municipal e os contribuintes, que haja um prazo fixado, sob pena de o contribuinte vir, daqui a cinco, dez anos, querer compensar um crédito tributário. Nesse sentido nós já estamos avançando, beneficiando os pequenos e microempresários com a possibilidade de compensação de créditos do Município com créditos dos particulares, mas a não-colocação de um prazo limite para isso geraria  instabilidade e talvez obrigasse o veto a esse dispositivo.

Esse é um dispositivo aparentemente singelo, mas que tem uma grande importância nas relações entre poder público e cidadãos, e nós não podemos fazer com que, retirando a questão do prazo, venhamos a dessubstanciá-lo. Portanto, eu apelo aos nobres Vereadores que, embora toda a polêmica já estabelecida sobre o IPTU, venhamos a votar contrários ao destaque. Por certo o Ver. Luiz Braz não se deu conta da sua iniciativa e do que ela ocasionaria: uma grande instabilidade nas relações entre o poder público e os particulares. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o destaque da expressão "até no máximo um ano após o pagamento", do  § 1º do art. 31 com redação do art. 3º do Projeto, bem como da letra "c" do mesmo dispositivo.

O voto "sim" aprova as expressões, mantendo o texto; o voto "não" rejeita as expressões, que sairão do texto. Quem votar "sim" mantém o texto original; quem votar "não" retira do texto as expressões citadas.

Em votação nominal solicitada pelo Ver. Luiz Braz. (Após a chamada.) REJEITADAS por 16 votos SIM e 16 votos NÃO as expressões destacadas. Aceito o Destaque. Para manter a expressão seriam necessários 17 votos. Portanto, a expressão será retirada do texto.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Clovis Ilgenfritz, a Emenda nº 3. (Após a chamada.) REJEITADA por 13 SIM e 16 NÃO.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Clovis Ilgenfritz, a Emenda nº 4.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, eu solicito que seja feita a leitura da Emenda nº 4.

 

(O Sr. Secretário procede à leitura da Emenda nº 4.)

 

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Clovis Ilgenfritz, a Emenda nº 4. (Após a chamada.) REJEITADA a Emenda nº 4 por 14 votos SIM, 16 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Clovis Ilgenfritz, a Emenda nº 5. (Após a chamada.) APROVADA a Emenda nº 5 por 17 votos SIM, 14 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Clovis Ilgenfritz, a Emenda nº 6. (Após a chamada.) REJEITADA a Emenda nº 6 por 12 votos SIM, 16 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

A Mesa informa aos Srs. Vereadores que, logo após a votação da Emenda nº 7, fará a entrega do Relatório. Já estamos com a presença dos Diretores da Casa, que prepararam um Relatório hoje para entregar ainda hoje.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, quando V. Exa. propôs o adiamento da Sessão, por duas horas, foi aprovado por unanimidade com abstenção deste Vereador. Aí, eu quero um esclarecimento. Iniciada a votação, havia necessidade de fazer a prorrogação por duas horas ou não?

 

O SR. PRESIDENTE: Em princípio, só porque estava na Ordem do Dia, sim.

 

O SR. JOÃO DIB: Iniciada a votação, diz o Regimento Interno que ela não pode ser interrompida.

 

O SR. PRESIDENTE: Nós vamos conferir com a Diretoria Legislativa, mas não é errado fazer, durante a votação, a prorrogação de prazo.

Ver. João Dib, a Mesa esclarece que nós estávamos numa votação. Aquela votação foi até o fim. Assim que terminou a votação, a Mesa precisou fazer a prorrogação para as demais. A nossa Diretora Legislativa não nos deixa errar.

 

O SR. JOÃO DIB: A enciclopédia afirmou, eu aceito.

 

O SR. PRESIDENTE: Dra. Inês Haffner.

 

O SR. PRESIDENTE: Está com a palavra o Sr. Secretário para fazer a leitura da Emenda nº 07 aposta ao PLCE nº 003/97.

 

O SR. SECRETÁRIO: (Lê a Emenda nº 07.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Clovis Ilgenfritz, a Emenda nº 07. (Após a chamada.) APROVADA a Emenda nº 07 aposta ao PLCE nº 003/97, por 27 votos SIM e 03 ABSTENÇÕES.

Será feita a entrega do Relatório aos Srs. Vereadores.

Em votação o pedido de Licença para Tratar de Interesses Particulares do Ver. Guilherme Barbosa.

 

(Obs.: Foi aprovado o Requerimento de licença do Ver. Guilherme Barbosa, e dada posse ao Suplente, conforme consta da Ata.)

 

Solicito ao Ver. Paulo Brum que assuma a Presidência dos trabalhos.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Clovis Ilgenfritz  está com a palavra para usar o tempo de Presidência.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, faço a questão de usar a palavra neste momento, ainda numa Sessão Extraordinária, pedindo licença aos Srs. Vereadores, em homenagem ao trabalho dos funcionários e das Diretorias da Casa. O trabalho de Relatório Final Anual foi coordenado pela Diretoria Administrativa, pela Diretora Sônia Pinto. Teve também o trabalho do Gabinete da Presidência, da Diretoria Legislativa, da Diretora Inês Haffner, do Diretor de Patrimônio e Finanças Luiz Afonso Mello Peres, a Procuradora-Geral, Marion  Marrone Alimena, sob a coordenação do Diretor-Geral Adalberto da Rocha Heck. A Mesa tem a satisfação de fazer entrega, neste momento, na presença dos nossos ilustres diretores. Só não está presente o Diretor-Geral porque está muito ocupado, neste último dia, despachando documentos e encaminhando questões.

A missão foi cumprida. Os dados detalhados de todo o processo administrativo está neste Relatório e, neste momento, o Diretor Financeiro me informa que o balancete foi fechado e que 99% do nosso Orçamento foi executado. Isso significa que trabalhamos em cima das rubricas do Orçamento com o maior empenho para que todos os recursos fossem utilizados em prol da melhoria das condições desta Casa. Infelizmente informamos ao Executivo que não vamos devolver muitos recursos, mas temos a satisfação de dizer ao Executivo e à população - tenho certeza de que o Executivo concorda conosco - que os recursos foram muito bem aplicados nos trabalhos legislativos e que este é um poder muito importante para a Cidade.

Eu agradeço o empenho de todos os Diretores e da Senhora Procuradora e faço isso em homenagem a todos os funcionários da Casa pelo esforço empenhado.

Queria dizer, também, que a Mesa com as Diretorias, a Assessoria Técnica Parlamentar, o Setor Relações Públicas e o Setor de Imprensa e Comunicação Social estão preparando um documento de caráter político-didático para ser distribuído no próximo dia cinco de janeiro. O documento trata de uma prestação de contas de cada um desses Setores de uma forma resumida, didática, no sentido de divulgar e criar condições para que as pessoas conheçam cada vez mais o trabalho da Câmara. Esse documento está sendo impresso numa revista simples, com fotografia, com dados, será distribuída na segunda-feira, na Sessão de posse. Essas são as informações que queríamos dar e dizer que hoje, pela manhã, fizemos uma entrevista para o Canal 16, fomos convidados, este Presidente e o futuro Presidente, Ver. Luiz Braz.  Entendo que este documento que foi gravado vai como noticiário ao ar e mostra o quanto estamos num processo de maturidade na Casa, porque, na minha  opinião, a entrevista mostrou a absoluta capacidade de entrosamento, de entendimento das funções da Mesa com respeito ao pluralismo representado por esta Casa.

 

O Sr. Luiz Braz: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Sr. Presidente, cumprimento V. Exa. pelo ano brilhante que V. Exa. propiciou a esta Casa. V. Exa. realmente dignificou este Legislativo. V. Exa e a Mesa Diretora da Câmara estão de parabéns, fizeram tudo aquilo que realmente a sociedade esperava que V. Exas. fizessem na direção deste Legislativo. Muito obrigado.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador). Ver. Clovis Ilgenfritz, já encaminhei ao diretório metropolitano do seu Partido um ofício, não fiz segredo nenhum - em relação ao ofício, relatando a forma como V. Exa. conduziu este Parlamento no emprego judicioso das verbas. Aquilo que se recebeu foi aplicado, surgiram coisas, viaturas, plenário, gabinetes, televisão, as Bancadas das Comissões e outras coisas que não vou enumerar. Estou satisfeito com V. Exa. e faço votos que o Ver. Luiz  Braz leve isso a frente, nós temos que ter realizações nesta Casa, o dinheiro que chega aqui tem que surgir, de modo que V. Exa. receba a minha admiração e satisfação por ter sido V. Exa. o meu comandante. Muito obrigado.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Muito obrigado. O Ver. Pedro Américo mandou uma carta  para o Partido a que pertenço, divulgo-a aqui, pois recebi cópia do nosso Presidente, Ver. Guilherme Barbosa. Senti-me sumamente honrado e emocionado pelo elogio que ele fez. A única  coisa que não concordamos até agora é que ele não permite que eu faça continência com a mão esquerda, mas vamos continuar tentando. Eu quero dizer que a Mesa Diretora, Vereadores Isaac Ainhorn, Reginaldo Pujol, Paulo Brum, Guilherme Barbosa e Carlos Garcia são co-responsáveis por todo o processo, que os diretores encaminharam e que os funcionários empreenderam.

Estou comunicando que, está sendo ultimada a preparação de fitas das primeiras  Sessões da Tevê, os a direção do nosso Coordenador de Tevê Ramiro Bueno a todos os Srs. Vereadores. Queremos dar isso como uma lembrança do momento pioneiro, para que cada um possa examinar com calma e guardar como recordação histórica das primeiras Sessões. Junto à fita será entregue uma carta pedindo aos Srs. Vereadores colaboração no sentido do aperfeiçoamento desse processo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Passo a direção dos trabalhos ao nosso Presidente, Ver. Clovis Ilgenfritz.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente, quero ainda, em tempo hábil,  fazer um registro, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, do importante  trabalho que esta Presidência teve, assim como a Mesa no seu conjunto, as Diretorias que, neste ano, não tenho nenhuma dúvida, engrandeceram o Parlamento Municipal demonstrando que a política em Porto Alegre, apesar de todas as diferenças, das divergências que possamos ter nos vários partidos que compõem esta Casa, é feita com o princípio da democracia e do respeito da opinião presidindo-a. E para nós, particularmente, é uma honra termos indicado a Presidência da Câmara, assim como algumas diretorias, termos trabalhado de comum acordo com todos os membros da Mesa e com as diretorias de forma pacífica, democrática e respeitosa como trabalhamos. E a sua gestão, sem dúvida nenhuma, vai marcar época na Câmara. As próximas gestões, tenho certeza, vão se balizar por aí e, daí para a frente, não haverá mais recuo na administração da Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE: Eu agradeço em nome da Mesa.

 

O SR. GILBERTO BATISTA: Apesar de o Ver. Reginaldo Pujol fazer parte da Mesa Diretora, este Suplente, que várias vezes assumiu nesta Casa, vem agradecer, de público, em nome da Bancada do PFL, o tratamento recebido por parte dessa Mesa, desse Presidente, dos demais Vereadores e dos diretores e diretoras desta Casa. Parabenizar essa gestão que foi brilhante, no sentido de grandes realizações em 1997. Que V. Exa. tenha, em 1998, bastante sucesso como teve em 97, e que Deus o abençoe e a todos os diretores. Muito obrigado.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA: Em nome da Bancada do PDT, quero dizer a V. Exa. o que já havia dito particularmente, e que também publicizei, neste final do ano: que, após uma avaliação serena e, na medida do possível, com o alcance que eu possa ter - não sou juiz nem corregedor, mas tenho senso de justiça como qualquer cidadão de mediano entendimento - a minha avaliação da administração de V. Exa. foi positiva. Tanto no âmbito material quanto no campo administrativo foram muito proveitosas as reformas feitas nesse Legislativo, mas principalmente, e é o que mais importa, V. Exa., sendo de um Partido que tem setores mais xiítas, que induziam a um sentimento de temor, não teve qualquer vacilação. A sua administração foi de diálogo com os parlamentares. As questões que ocorreram no Plenário, no furor dos debates, são absolutamente normais. V. Exa. foi democrático nas decisões e ouviu mais do que falou, o que recomendou V. Exa. como Presidente sereno e imparcial. Eu jamais, e V. Exa.  me conhece e conhece o meu temperamento,  para não trair a mim mesmo, faria qualquer frase elogiosa se não sentisse isso por dentro.

Em nome do PDT, saúdo V. Exa. e ao seu Partido por termos chegado ao final sob a sua batuta, e porque V. Exa., embora na Presidência, se conduziu como magistrado, não pode ser divorciado da Bancada que lhe deu sustentação.

Ver. Clovis Ilgenfritz, receba nossa saudação pela sua administração ao término de 1997.

 

A SRA. TEREZA FRANCO: Sr. Presidente, quero agradecer por este ano que estivemos juntos, pelo muito que me ensinou e o muito que aprendi com a Mesa. Gostaria, também, que o nosso Prefeito tivesse o mesmo carinho que V. Exa. tem, principalmente, com nós os primários, a mesma atenção e simpatia não vou dizer, porque simpatia é só a sua mesmo.

 

O SR. PRESIDENTE: Tenho certeza de que o nosso Prefeito, também, pensa  como nós.

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Sr. Presidente, sem dúvida nenhuma, por parte de V. Exa. deveria ser feita a homenagem aos funcionários e de nossa parte deveria surgir essas homenagens que realmente são merecidas.

Corroboro, sem dúvida nenhuma, os pronunciamentos anteriores com relação à sua conduta, como Presidente desta Casa, por ser uma pessoa bastante imparcial e uma figura muito democrática, que foi muito bem escolhida pelo seu partido para Presidir esta Casa.

 

 

Nós, do Partido da Social Democracia, desejamos que no ano de 1998 tenhamos, com o nosso novo Presidente, um Presidente tão democrático como V. Exa. Parabéns, a V. Exa. e a todos diretores e funcionários da Casa e os votos de um feliz 1998!

 

O SR. PRESIDENTE: Em nome dos componentes da Mesa, dos servidores, dos funcionários, agradeço, mais uma vez, as manifestações. A nossa intenção foi a melhor possível, dentro dos limites pessoais de cada um.

 

O SR. JOÃO CARLOS MACIEL: Sr. Presidente, como Vereador por dois dias, digo que há coisas que a gente tem que expressar. Falo, em nome da minha Bancada, o PMDB: Ver. Fernando Záchia e Clênia Maranhão. Nós o cumprimentamos porque como um "gentleman" conduziu esta Casa. Por isso, nada contra o PT. Existem diferenças, e o nobre companheiro é uma das diferenças. Parabéns pela condução.

 

O SR. PRESIDENTE: Para completar, digo aos Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras que tudo o que fizemos foi buscado na inspiração da proposta que a gente acredita. Nós participamos da criação do PT, com uma visão programática, ideológica e política, que prevê a participação plural. Todo o meu trabalho foi inspirado no apoio que obtive da Bancada, do  Partido e de todos os nossos Colegas. Sempre procurando manter a total independência, a autonomia com relação às questões  que precisam ser mantidas pela Mesa. Muito obrigado a todos.

Convido o Sr. Presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Ver. Elói Guimarães, para assumir os trabalhos e presidir a Reunião Conjunta das Comissões para Discussão e Votação do  Projeto que trata da questão dos Transportes, cujo Relator é o Ver. Nereu D'Ávila.

( Suspendem-se os trabalhos às 19h16min.)  

 

O SR. PRESIDENTE (às19h54min): Estão reabertos os trabalhos.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 3676/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 061/97,  que dispõe sobre o sistema de transporte e circulação no Município de Porto Alegre, adequando a legislação municipal à federal, em especial ao Código de Trânsito Brasileiro, e dá outras providências. Com Emendas nºs 03, 05 a 31 e Subemenda nº 01 à Emenda nº 30. Com Mensagem Retificativa. Urgência.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria dos membros da CMPA - Art. 82, § 1º, VI, da LOM;

- retiradas as Emendas nºs 01, 02, 04 e Subemenda nº 01 à Emenda nº 04.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE nº 61/97. Com as Emendas nºs 3, 5 a 31 e Subemenda nº 1 à Emenda nº 30, com Mensagem Retificativa e urgência.

Apregoamos a Emenda nº 34. (Lê o conteúdo da Emenda.)

Apregoamos a Emenda nº 35.(Lê o conteúdo da Emenda.)

Requerimento, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 34 à Relatoria.

Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Requerimento, de autoria do Ver. Carlos Garcia, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 35 à Relatoria.

Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

A Emenda nº 19 já tem Parecer, portanto precisa ser votada a sua retirada. (Lê o conteúdo da Emenda.) Requerimento, de autoria do Ver. Elói Guimarães, solicitando a retirada de tramitação da Emenda nº 19.

Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados. APROVADO.  

Foram deferidos três pedidos de Destaque, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt: o primeiro, ao Parágrafo 1º do art. 14; o segundo, é ao art. 16; o terceiro, é ao Parágrafo 2º do art. 18.

Apregoamos a Emenda nº 36.

 

O SR. SECRETÁRIO: (Lê Emenda nº 36.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para discutir o PLE nº 061/97.

Anuncio, mais uma vez, e peço ao Coordenador do Programa de TV Canal 16, Sr. Namir Bueno, para que distribua aos Srs. Vereadores o material que foi preparado da gravação dos seis primeiros programas de noticiário, feito pela TV Canal 16.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA (Questão de Ordem): Eu não ouvi dessa última Emenda nº 36, se foi votada também a dispensa.

 

O SR. PRESIDENTE: Até agora não foi.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA: Se não votarem a dispensa, ela não pode nem ser recebida.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa entende que ela foi entregue pelo Ver. Hélio Corbellini, e é preciso fazer um Requerimento pedindo dispensa. Esta é uma lembrança importante do Sr. Relator.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em primeiro lugar, eu quero deixar, aqui, o meu protesto e o meu lamento pela forma absolutamente autoritária com que a Liderança do PT conduziu o processo de votação do Parecer a esse Projeto, não permitindo que nenhuma das emendas rejeitadas pelo Relator pudessem vir a Plenário, apesar dos apelos em contrário. Mas explica-se o motivo pelo qual o PT tem tanto medo dessa discussão e se explica por que o Partido dos Trabalhadores e a Prefeitura querem "tratorar", de qualquer maneira, a aprovação desse Projeto.

Tenho em minhas mãos um documento assinado pelo Dr. Hermann, advogado da Transportes Coletivos Trevo e outras empresas, que, na data de 17 de junho do corrente ano de 1997, Ver. Juarez Pinheiro, pedia, em ofício dirigido ao Dr. Juiz de Direito da 4ª Vara da Fazenda Pública, referente ao Processo nº 01189090960, cujo objetivo era liquidação de sentença, que fosse, entre outras coisas, fixado o "quantum" devido pelo réu às postulantes. E o réu é o Município de Porto Alegre.

O pedido do "quantum" foi encaminhado, mas, curiosamente, no dia 06 de agosto de 1997, o mesmo advogado que -  para que fique registrado nos autos desta Casa - representa a ATP - Associação de Transportes de Porto Alegre; todos os permissionários do sistema de ônibus de Porto Alegre. Essa é a ação pela qual as empresas permissionárias de ônibus pedem o ressarcimento por alegadas perdas durante o período de intervenção no sistema de transporte coletivo, entre 1989 e 1990. Pois, curiosamente, Sr. Presidente, Srs. Vereadores e senhores assistentes, no dia 06 de agosto de 1997, o mesmo advogado pedia suspensão do Processo pelo prazo de sessenta dias; o que foi atendido pelo Juiz de Direito, substituto, Paulo de Tarso Vieira Sanseverino, no dia 07 de agosto - dia seguinte -. Mais curioso ainda é que, cumpridos os sessenta dias da suspensão, o mesmo advogado, na representação das mesmas empresas, na data de 20 de outubro de 1997, pedia nova suspensão do Processo. Com essa nova suspensão do Processo, deferido a partir de 21 de outubro de 1997, estamos chegando ao prazo de dezembro, quando a Prefeitura Municipal de Porto Alegre enviou a esta Casa este Projeto. Por isso é que a discussão e a votação deste Projeto, acobertado por uma eventual necessidade de adequação à legislação vigente municipal ao Código Nacional de Trânsito é, na verdade, uma espécie de grande acordo entre permissionários de ônibus da Cidade de Porto Alegre e a Prefeitura petista da mesma Cidade, para que o pagamento dessa ação seja feito de maneira indireta e não provoque desgaste político, num ano eleitoral importante como o próximo, e, portanto, saiam ganhando os permissionários, saia ganhando a Prefeitura Municipal, e saia perdendo toda a população de Porto Alegre, que é o usuário do sistema de ônibus coletivo.

Ninguém vai me convencer do contrário, porque eu vivi esse processo de perto; eu comandei esse processo, numa primeira fase, e acompanhei, posteriormente, - e até com surpresa - a vitória judicial dos permissionários de ônibus de Porto Alegre na ação que eles apresentaram contra a Prefeitura Municipal de Porto Alegre. O que a mim causa dó, o que a mim causa nojo é exatamente a falta de pejo, falta de coragem da Prefeitura de Porto Alegre, da Administração Popular - que, no seu primeiro mandato, tomou uma decisão, realizou essa decisão e, posteriormente, foi judicialmente questionada por essa decisão - agora, não assumir as conseqüências dessa decisão. E não apenas foge politicamente dessa decisão, quanto descarrega o pagamento disso.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, o seu tempo está esgotado, a Ver. Anamaria Negroni inscreve-se e cede o seu tempo a V. Exa.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT:  Obrigado, Vera. Anamaria Negroni.

O que nós temos hoje, Sr. Presidente, é um Projeto que não apenas cria uma empresa que vai onerar a população de Porto Alegre, porque essa empresa, por ser empresa, vai cobrar percentuais. E o que eu lamento é que exatamente no momento em que se chega à execução da sentença e na fixação do “quantum”, se inicia uma negociação que redunda num Projeto altamente pernicioso aos habitantes desta cidade, muito especialmente aos usuários do sistema coletivo, que já foram onerados há anos e eu lembraria, o Ver. Luiz Braz,  foi um dos que denunciou essa situação, o chamado plus da tarifa, que foi contestado pelo ex-Vereador Wilson Santos, e que teve que ser legalizado, às pressas, para não colocar na cadeia um Prefeito, mas que fez com que a população fosse onerada. E, aí, eu não ouço os companheiros do Orçamento Participativo se manifestarem, talvez até porque não saibam dessas coisas, mas deveriam sabê-las. Os mesmos companheiros que vieram aqui pressionar pelo aumento do IPTU, deveriam pressionar a Prefeitura nesse tipo de acordo, que se não é formal, está sendo praticamente formalizado, inclusive na maneira pela qual se pretende impor a criação de um novo sistema de transporte, diga-se de passagem, que eu acho que é muito interessante e positivo, mas fazem-no como um prêmio de consolação, e digo mais, na expressão de um permissionário de ônibus desta Cidade, se faz como sobremesa do grande acordo celebrado há tempos. A maneira pela qual a Bancada petista fez o impedimento do debate das Emendas neste plenário, rejeitadas pelo Sr. Relator, evidencia o quanto não interessa o debate. Eu quero dizer que, da mesma forma que em 1989, entendi que o processo de intervenção, diante do impasse gerado pelo Sr. Prefeito Olívio Dutra e pelos permissionários, era fundamental para a equilibrar a administração pública, sob pena da frustração pública capitular aos empresários, eu digo que é muito triste, porque logo depois de outubro, quando deixei a Secretaria, o Sr. Secretário do Governo Municipal da época, hoje Deputado Flávio Koutzi assinava três aumentos sucessivos de tarifa no início de 1990, para compensar a perda dos permissionários. O que nós temos visto de lá para cá é um comportamento, um discurso desenvolvido pelo então primeiro candidato à Prefeitura, depois Prefeito Olívio Dutra, de que iria baixar as tarifas, que iria controlar e qualificar o sistema, e que se reduziu tudo a uma questão de frota nova, cumprimento de horário e algumas coisinhas mais. Nem o sistema de táxi-lotação, que poderia ter sido todo replanejado e reformulado para atender a cidade e aos permissionários, nem o sistema de táxi-lotação foi reestudado. Agora, no bojo deste Projeto, na criação de uma empresa que vai cobrar por um serviço que hoje a SMT não cobra, e vai ter que cobrar porque se é empresa, vai ter que ter resultado, e vai cobrar na parte das multas, e vai cobrar na parte de pagamentos das empresas de táxi-lotação, dos táxis comuns, do sistema de ônibus, e vai embutir na tarifa final e, portanto, quem vai pagar é o usuário do sistema, é aquele mesmo Zé Povinho que um dia acreditou num discurso. É essa a realidade que nós temos, e o tempo, mais dia menos dia, vai comprovar o que eu disse. É difícil  manter esses documentos longe do debate em torno do Projeto que hoje nós estamos aqui discutindo e vamos votar e, certamente, aprovar. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Esta Presidência apregoa mais duas Emendas de nºs 37 e 38 ao PLE nº 061/97, Processo nº 3676/97. (Lê as Emendas.)

Em votação o Requerimento do Ver. Hélio Corbellini que solicita dispensa de envio à Comissão para relato das Emendas de nºs 36, 37 e 38. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

O Ver. Gerson Almeida está com a palavra para discutir o PLE nº 061/97.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nós estamos no final da votação, encaminhando a discussão de um dos Projetos mais importantes, a meu juízo, da organização, não só do transporte coletivo, mas da circulação de Porto Alegre.

Uma área que, sem dúvida nenhuma, pela importância que tem na organização de uma cidade, sempre é problemática, mesmo quando funciona de forma eficiente, porque a circulação, hoje, é um dos principais problemas de organização urbana sempre.

 

(Manifestação da galeria.)

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Gerson Almeida, a Mesa pede vênia, a V. Exa. e solicita que a platéia não se manifeste, caso aconteça mais uma vez, nós vamos pedir a retirada da pessoa que estiver fazendo esse tipo de colocação.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Eu sou de uma Administração, de um Partido que, depois de décadas, teve a coragem de intervir nas empresas de transporte e não ficar subserviente a um segmento econômico. Nós fizemos isso, temos orgulho disso. Quero dizer mais, não queremos fazer como não queríamos fazer na época. Agora, se preciso for, faremos novamente porque é o interesse público, o interesse da Cidade que nos interessa. Portanto não tenho nenhum receio de ser acusado de qualquer coisa por ninguém, porque tenho absoluta tranqüilidade. Tudo o que faço, faço da tribuna de forma clara.

O Ver. Antonio Hohlfeldt, no entanto, atacou a Liderança do PT e a Bancada do PT porque, talvez, tenha dificuldade de conversar com o resto das Bancadas, porque esse Parecer, do Relator Nereu D'Ávila, foi aprovado, por maioria, em todas as Comissões, e o PT tem apenas doze votos nessa Câmara de Vereadores. Logo, todas aquelas acusações levianas, porque nenhuma veio sustentada por um fato concreto, são lamentáveis porque a nossa Bancada pretende fazer um debate sério como esse de uma forma séria, inclusive incorporando as diferenças e as divergências que tem sobre um sistema complexo como esse. No entanto, o Ver. Antonio Hohlfeldt que  foi o Secretário da ocupação, da intervenção, e que saiu por um motivo publicamente conhecido, inclusive que não era beneficiando a população de Porto Alegre, nem o Município. Naquele momento, servia àqueles que queriam fazer um "lockout" e que de joelhos ficasse a Cidade e o Poder Público para os permissionários. Nós não aceitávamos aquilo porque, se a intervenção foi um ato que fizemos sem querer fazer, nós o fizemos com toda a paixão e determinação quando nos foi colocada a situação, e o faremos de novo se for necessário. É por isso, Ver. Antonio Hohlfeldt, que no Projeto que V. Exa. criticou, mas que não apresentou nenhuma Emenda que modificasse substantivamente o Projeto, as suas Emendas, que o Relator não acolheu, são inócuas, elas não tratam de nenhuma questão substantiva. Logo, o seu discurso aqui não tem absolutamente nada a ver com a sua prática legislativa quanto a esse Projeto. Era preciso que o senhor fizesse uma discussão ou emendas que, substantivamente, modificassem o Projeto ou dessem sustentação, não deixasse em discurso vazio, a sua intervenção de dez minutos.

Leia o art. 37, Vereador. O artigo 37 deste Projeto, que o Relator não modificou, e que as Comissões, por maioria, aprovaram, diz, explicitamente:

Art. 37: "Para assegurar a continuidade dos serviços e para corrigir falta grave, o Poder Público Municipal poderá intervir na execução dos serviços no todo ou em parte, assumindo a gestão e o controle de todos os bens materiais das concessionárias necessárias à prestação de serviço nos termos estabelecidos por esta Lei."

Portanto, o Ver. Antonio Hohlfeldt ou outro Vereador que venha a repetir as leviandades que foram apresentadas aqui, que diga que esse Projeto é pernicioso à Cidade de Porto Alegre, que esse Projeto é pernicioso à população, por favor, diga isso sustentado pelo respeito a essa mesma população, sustentado em algum artigo desse Projeto, porque, caso contrário, a política e o microfone, o palanque televisionado aceitam tudo. Qualquer leviandade é dita como verdade. Eu quero que o Ver. Antonio Hohlfeldt venha aqui e cite um único artigo que é pernicioso à população de Porto Alegre, um único artigo que coloque a preponderância de qualquer setor econômico, dos permissionários sobre o interesse público. Um único. As Emendas que o Vereador colocou no Projeto são de uma infantilidade, inócuas completamente. Não autorizam esse discurso que foi feito aqui.

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Maria do Rosário está inscrita e cede o tempo a V. Exa.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Li o artigo 37, porque esse artigo, para nós, é muito caro também. Queremos assegurar que esse Projeto de novo modelo de gestão, não só uma racionalização na utilização do serviço, não só uma melhora na qualidade do serviço, mas um controle público ainda maior sobre a execução desses serviços, onde todos os interesses econômicos tenham representatividade e estejam equilibradamente representados. Agora, precedidos sempre pelo interesse público, pelo interesse do cidadão, pelo interesse da cidade. Portanto, nós não aceitamos, Ver. Antonio Hohlfeldt, colocações como as suas, porque V. Exa., Líder do Partido da Social Democracia Brasileira, naturalmente, talvez, motivado pelo fato de ter sido eleito Presidente Regional do seu Partido, numa disputa bastante acirrada, inclusive, talvez tenha confundido as instâncias e, como chegou na Sessão só no final da tarde, esqueceu que está na Cidade de Porto Alegre, na Administração Popular, e não no Governo do Estado ou no Governo Federal, que o seu Partido sustenta e que, às vezes, escorrega, a meu juízo, naturalmente, em práticas políticas que V. Exa. tentou ver no Projeto. Agora, não conseguiu apresentar nenhum artigo claro e substanciado, e mais, não produziu nenhuma Emenda de sua lavra, sapiente que é sobre a matéria de transportes da cidade, que justificasse o discurso que fez aqui. Digo, novamente, em relação àquelas Emendas que o Relator não acolheu, não as acolheu por serem inócuas, não por serem  defensoras de qualquer setor popular ou de qualquer interesse maior da Cidade. Por isso, quero registrar isso e quero concluir, nesta discussão que faço, dizendo que o Ver. Nereu D'Ávila, Relator-Geral das Comissões, assim como o Ver. Elói Guimarães, Presidente da Comissão de Constituição e Justiça, o Ver. Luiz Braz, o Ver. Reginaldo Pujol, enfim, inúmeros Vereadores, desculpem se esqueci de algum, Vereadores da Bancada do Partido, produziram um trabalho bastante sério, bastante correto, equilibrado e que não se rendeu a nenhum interesse, exceto o interesse público de dotar Porto Alegre de um serviço de transporte e de uma situação cada vez mais qualificada, melhor e que nos antecipasse à questão das mudanças que o Código Nacional de Trânsito traz, assim como a Lei de Concessões de Trânsito. E, com isso,  mais uma vez, não só pelo esforço da Administração Popular, mas pelo esforço de várias Bancadas, Vereadores e Vereadoras desta Casa,  Porto Alegre deverá ter uma lei justa, moderna e que, sobretudo, mantém as condições totais do controle público sobre um dos serviços mais importantes da organização da cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: (Lê Emenda nº 39, aposta ao PLE nº 061/97. )

Requerimento de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt que solicita dispensa do envio  às Comissões a Emenda nº 39, aposta ao PLE nº 061/97.

Em votação o Requerimento do Ver. Antonio Hohlfeldt. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para discutir o PLE nº 061/97.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, hoje eu deveria estar alegre, mas estou triste. Iniciei minha vida pública no dia 1º de setembro de 1956 como Assistente Técnico da Secretaria Municipal dos Transportes.

Modificou o transporte desta Cidade, modificou a minha vida.

Vim para Porto Alegre para ser engenheiro civil e voltar para Caxias para exercer plenamente a minha profissão, mas o transporte público me apaixonou, me encantou e fiquei nesta Cidade e não me arrependo. Esta Cidade me deu todas as coisas boas que tenho nesta vida. Todas, sem exceção.

Hoje eu deveria estar contente, porque uma das coisas que eu persegui foi que o transporte público fosse disciplinado e que sobre ele fosse legislado, que as dezenas de leis que existem sobre transporte público fossem consolidadas e que um código de transportes aparecesse. Deveriam ser razões de alegria.

Como Secretário de Transportes na primeira vez, fiz um Plano Diretor de Transportes para esta Cidade e por muito tempo ele valeu. Não conheço alguém que tenha feito um segundo Plano Diretor de Transportes para a Cidade.

Mas todo o transporte desta Cidade, desde que entrei na SMT - e antes, até -  funcionou com base na Lei nº 723, que é a que estabelece autorizações, permissões e concessões. As empresas teriam permissão em caráter precário, a título experimental, por dois anos, na forma da Lei nº 723, renovável por mais três e, depois, teriam que passar para concessão. O que aconteceu foi que nunca ninguém teve coragem, nunca ninguém conseguiu enfrentar a Câmara Municipal para fazer um Projeto estabelecendo as concessões, que já estavam estabelecidas na Lei nº 723.

Então, temos empresas com 40, com 20, com 25 anos de permissão; nenhuma com menos de 20 anos. E o que faz a Prefeitura Municipal de Porto Alegre? Por um decreto retira todas as permissões, porque ela deve, ela tem que pagar, ela foi condenada. Então pressionou e, por decreto - acho injusto, não sei se correto, não sei se legal, depois de 30 ou 40 anos de permissão, tirou e manteve os permissionários presos, premidos, pressionados permanentemente. Ou cedem ou tomamos em definitivo as permissões. Mas ao mesmo tempo em que fez esse decreto também fez uma lei. Esta Câmara aprovou. Eu disse na época, que gostaria que fosse estendido para todos, dando 66 meses de permissão para alguns. Zona Norte vinculando à compra de veículos, por lei foram dados 66 meses de permissão, mas cassaram todas as permissões por decreto. Lá na Prefeitura fazem essas coisas. Lá o autoritarismo "campeia". E é por isso que eu deveria ficar alegre quando vem o Código de Transporte Público para esta Cidade, mas quando ele vem para chantagem, para pressão, eu não tenho coragem de votar - como não votei na Comissão de Justiça. E eu não queria falar, mas ouvindo, eu também tenho que falar, nós estamos sendo instrumentos para resolver sentenças que estão sendo adiadas, mas que já são definitivas. E é por isso, Sr. Presidente, que eu, ao mesmo tempo em que encerro, registro a minha profunda tristeza de viver este  momento na Câmara Municipal que deveria ser, para mim, de alegria. Exatamente quando se encerra o ano, e para mim é muito significativa esta data, por todos os motivos, eu fico triste porque nós estamos sendo usados. Saúde e Paz. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Registramos  Requerimentos pedindo destaque para a Emenda nº 37, de autoria do Ver. Hélio Corbellini; subscrita pelo Líder do PMDB; a Emenda nº 36, do Ver. Hélio Corbellini; a Emenda nº 35, do Ver. Carlos Garcia e a Emenda nº 38, do Ver. Carlos Garcia.

O Ver. Hélio Corbellini está com a palavra para discutir o PLE nº 061/97.

 

O SR. HÉLIO CORBELLINI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na discussão do último Projeto eu chamei a atenção para que nós, nesta discussão, também, não ideologizássemos. Para que a nossa atuação não seja movida pelas paixões, e não fira o interesse da coletividade.

Este Projeto do Executivo é bom, porque ele racionaliza, moderniza e faz com que todos os segmentos da sociedade discutam.

Eu vou ler no dicionário o que significa esta maravilhosa palavra e de profundo conteúdo que é racionalizar. (Lê.)

"Racionalizar é tornar racional, tornar reflexivo, fazer meditar, tornar mais eficiente, por métodos científicos, os processos de trabalho industrial e da organização econômica." Isto significa racionalizar.

Esta palavra, em nossa concepção de sociedade, é uma palavra chave e de grande conteúdo cultural.

Antes, o outro Projeto, nós estávamos discutindo valores e interesse dos cidadãos. E lá nós discutíamos sobre quem deveria pagar mais. Seriam aqueles que recebem mais? Quem são os grandes beneficiários de um sistema qualificado do transporte? É o cidadão que usa o ônibus. É o cidadão operário, é aquele que nem paga IPTU, o cidadão da vila. Então nós entendemos que esta coisa positiva, que é a constituição da empresa, tem que vir em benefício, porque se ela vem para racionalizar devemos entender que isso só existe quando se baixa os custos. Ninguém racionaliza um sistema ou um serviço para aumentar os custos ou aumentar tarifas.

O espírito do Projeto que o Governo mandou, está bem claro: a criação da empresa é para racionalizar o sistema. Então, racionalizar é igual a baixar custos. Significa que com o tempo, e o tempo nos dirá, certamente, até as tarifas podem baixar porque as coisas vão se modernizar.

Agora não entendemos duas coisas. Primeiro, como que a Emenda que nós propusemos e foi rejeitada pelo Vereador e que diz que a criação da empresa não pode majorar a tarifa, foi rejeitada, se o espírito do Projeto é de racionalizar, de melhorar e modernizar. Então não entendemos isso, motivo pelo qual reapresentamos a Emenda. Temos certeza que todos os partidos aqui querem que o cidadão, o cidadão comum, o cidadão da vila, não seja penalizado cotidianamente, diariamente com a sua passagem. Tenho certeza de que os empresários também querem isso, porque o empresário eficiente quer racionalizar a sua empresa e para isso baixa os custos. Benefício de quem? Da população. A outra Emenda que apresentamos trata da questão dos lotações. Não entramos aqui na discussão se é ou não seletivo, sempre dissemos que somos a favor da disputa de mercado, somos um Vereador do campo da esquerda e reconhecemos o mercado, não entramos nesta disputa. A nossa Emenda simplesmente garante o que já aprovamos aqui, e ao Secretário Bertotto que está me olhando: V. Exa. sempre nos prometeu e a muitas comunidades que mandaria para esta Casa mais linhas de lotações àquelas comunidades que não são atendidas. O que este Vereador fez? Este Vereador simplesmente fez o que a sua intenção queria fazer, que era mandar um Projeto e, agora, sem vício de origem. Por que não tem vício de origem? Porque estamos adentrando um Projeto do Executivo, nós sabemos que aquilo que todos nós aprovamos de lotação para Restinga, para os Mayas, para outras comunidades tinha vício de origem. Nós estamos simplesmente tirando o vício de origem destas propostas que são propostas há muito aprovadas por esta Casa com votos de todos os partidos desta Casa, e que não vamos entender se for rejeitada. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa tem a satisfação de registrar a presença, neste Plenário, do Secretário Municipal de Obras e Viação Engenheiro Estilac Xavier.

O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir o PLE nº 061/97.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Nós, ao examinarmos a referida matéria e ao oferecermos algumas Emendas, procuramos sempre trazer para a Câmara, ou seja, para a lei a normatização das diferentes matérias que constituem instituições dentro do texto da lei. Evidentemente, não atingimos todos esses objetivos, agora a questão fundamental que nos preocupou e que continua nos preocupando é a relacionada com o sistema de lotações. Nós envidamos todos os esforços junto a Secretaria, ao substituto do Sr. Secretário, juntamente com os permissionários no sentido de não se criar o referido modal que é o seletivo expresso. Esse entendimento não decorre pela ameaça possível do comprometimento do sistema de lotação, absolutamente não,  Entendemos que criar mais um modal de transporte em Porto Alegre é oferecer uma  superposição de oferta de transporte em Porto Alegre. Se examinarmos as cidades brasileiras  de um modo geral, todas possuem dois modais de transporte: o táxi e o ônibus, essa é a regra brasileira. Porto Alegre é pioneira, Porto Alegre possui táxi, ônibus e lotação. E até por consenso da opinião pública nos damos por satisfeitos com a oferta desses três modais, mas agora se cria um novo modal, o seletivo direto. Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero deixar o meu depoimento aqui porque o sistema de lotação tem 20 anos, está apropriado para Porto Alegre, é um sistema que pode melhorar, mas é um sistema que vem dando cobro as necessidades e à oferta para esse tipo de demanda e de passageiro. Agora, esse transporte seletivo direto, que será objeto de lei - porque incorporou o Ver. Nereu D'Ávila, uma alteração no art. 16 que estabelece que será enviado à Câmara - tem que ser muito bem tratado. Este Projeto que virá à Câmara - e aqui estão o Sr. Secretário e Sub-Secretário da SMT - terá que vir com muita racionalidade, se não se quiser eliminar, terminar, extinguir com os lotações. Então, fique claro nesta discussão: não vamos admitir que seja extinto em Porto Alegre o sistema de transporte por lotação! Haja as pressões que se fizerem nós não podemos aceitar. Nem vou entrar em determinadas discussões, e é bom que eu não entre, não vou fazê-lo, mas o Projeto de lei que vier a esta Casa terá que vir bastante racionalizado. Para que não se fira o sistema de lotação em Porto Alegre isto terá que acontecer. Que as intervenções não se invertam! V. Exa., Ver. Gerson Almeida, não sei se estava a referir passagem de algum Secretário pela Secretaria Municipal dos Transportes. Quero dizer que fui Secretário dos Transportes e agi, por mais de um ano, com absoluta lisura, e fiz as modificações no transporte da cidade com absoluta independência, com absoluta autonomia, ouvindo sempre o interesse coletivo. Onde estivesse o interesse da Cidade, da população, ali eu me colocava.

Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, fica aqui a nossa manifestação, não fazendo advertência, evidentemente, mas pedindo, clamando, colocando esta realidade: que o sistema de lotação, que serve bem à Cidade, tem que ser preservado, até porque a maioria são pequenos proprietários, muitos deles trabalhadores, a maioria tem apenas um micro, e dali tiram o sustento de sua família. Então, nós estaremos aqui vigilantes sim, no interesse desse modal de transporte, achando que o novo modal vai, cada vez mais, sobrecarregar a rede viária de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Estamos enfrentando um problema singular. E na boa-fé e na urgência que compete aos trabalhos, simplesmente aceitando as Emendas. Acontece que várias Emendas, que deram entrada neste momento, são Emendas que já estavam no Projeto e que foram rejeitadas no Parecer. Estamos tentando dirimir as dúvidas com a Diretoria Legislativa.

O Ver. Carlos Garcia está com a palavra para discutir o PLE nº 061/97.

 

O SR. CARLOS GARCIA: Em primeiro lugar, gostaríamos de saber por que ainda estão entrando tantas Emendas nesse momento? Porque, sem sombra de dúvidas, nós fomos atropelados. E todos nós, que viemos aqui, hoje, com a melhor das intenções para discutir o Projeto, fomos surpreendidos pela maneira como foi feito. E eu vou ler rapidamente uma pequena análise do Projeto, porque nós estamos nos detendo muito na questão do lotação, do táxi, do seletivo, do ônibus, mas eu gostaria de fazer, além disso, algumas considerações que  julgamos importante. Primeiramente, que o atual Projeto é polêmico, com contradições, embora tenha elementos positivos e, por sua natureza, ele não poderia ser votado em regime de urgência, mas nós concordamos.

Necessitaria ser mais detalhadamente debatido e estudado para que o seu contexto tenha uma abrangência mais humana.

No Brasil, os governos em todos seus níveis têm demonstrado incapacidade e desconhecimento na administração dos problemas do trânsito. Fala-se muito na necessidade de educação e quase nada na capacidade dos órgãos públicos em saber lidar com o problema.

A legislação pertinente em seu artigo 24 atribui competência aos Municípios, no âmbito de suas circunscrições, a administração dos problemas de trânsito.

Tentar fazer qualquer planejamento em trânsito sem considerar a filosofia da legislação, a importunística e os aspectos administrativo-educacionais é colocar-se contra os direitos da cidadania. A segurança da vida estará diretamente relacionada às medidas adotadas. O próprio Código de Trânsito Brasileiro levou, aproximadamente, quatro anos para sua confecção,  e nós estamos, aqui, analisando de afogadilho e vamos votar e sairá uma legislação que irá vigorar em nossa Cidade.

Além disso, são quatro organizações distintas - Polícia Civil, Polícia Militar, Secretaria Municipal de Transportes e DNER - tratando em suas atribuições a problemática de trânsito. Não tenho dúvidas de que o trabalho ficará ainda mais difícil.

E uma consideração ao Projeto em Pauta, embora tenha um conteúdo apreciável, aparenta estar mais preocupado com a arrecadação que com a sua principal função que é a adequação da problemática circulatória e suas conseqüências.

Nós estamos preocupados que com o atual Projeto, em determinado momento, mais uma vez a população de nossa Cidade vai ser penalizada com aumento de tarifa. E nós, nesta Casa, já tivemos a oportunidade de votar contra o aumento das tarifas e vamos, também, nos posicionar contra essa questão da possibilidade de um novo aumento.

Ao mesmo tempo, queremos enfatizar a nova responsabilidade sobre o sistema de transporte da população.

Vamos ficar atentos à proposta do ônibus seletivo, sem que isso prejudique o atual sistema de transporte de lotação, o qual qualificamos como muito bom. O transporte de lotação também é, no nosso entendimento, seletivo. Por isso, o Partido Socialista Brasileiro solicitou a ampliação da linha de lotação na nossa Cidade. 

Mas, além disso, uma preocupação que temos, no nosso dia-a-dia, é em relação às bicicletas que, na nova legislação, terão um poder diferenciado. As carroças também terão que ser analisadas. Lastimamos a maneira como foram votadas Emendas. Enfatizamos, novamente, que fomos atropelados, mas vamos estar atentos a cada uma das Emendas que votarmos.

Sabemos que o Projeto no seu bojo tem muitas coisas boas, mas estaremos atentos para não permitir aumento de tarifas na nossa cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Declaramos encerrada a presente Sessão, em função do esgotamento de prazo. Não está encerrada a discussão do PLE nº 61/97.

 

(Encerra-se a Sessão às 20h59min.)

 

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